Os incêndios florestais podem ser provocados por diversos fatores, desde fogos de artifício a quedas de raios. Embora muitos ecossistemas dependam ocasionalmente do fogo, as mudanças climáticas têm agravado as condições de calor e seca, prolongando as épocas de incêndios e aumentando a intensidade dos terrenos queimados.
Satélites especializados para deteção de incêndios
Detetar incêndios o mais cedo possível tem-se tornado cada vez mais essencial para limitar os danos. Com esse objetivo, várias iniciativas estão a usar tecnologia avançada para o efeito. Um exemplo recente é o projeto Earth Fire Alliance apoiado pela Google, que está a desenvolver uma constelação de satélites equipada com inteligência artificial, capaz de identificar incêndios nos seus estágios iniciais.
Este projeto envolve várias entidades, incluindo a Muon Space e a Environmental Defense Fund. A ideia é lançar 52 satélites que possam detetar incêndios com uma área mínima de 25 metros quadrados e fornecer imagens atualizadas a cada 20 minutos.
Embora já existam satélites para deteção de incêndios, muitos enfrentam limitações, seja pela baixa resolução ou pela demora em fornecer novas imagens. Este novo sistema visa superar essas barreiras, combinando alta resolução com atualizações frequentes.
Outra empresa, a OroraTech, também estará a trabalhar no desenvolvimento de satélites especializados na deteção de incêndios. Estes pequenos satélites, do tamanho de uma caixa de sapatos, detetam o calor emitido pelos incêndios e podem fornecer imagens a cada 30 minutos. O objetivo da OroraTech é lançar 100 satélites para monitorizar vastas áreas em tempo real.
Soluções terrestres para o mesmo problema
Enquanto algumas iniciativas apostam em soluções espaciais, outras preferem sistemas baseados em terra. A Pano AI, por exemplo, usa câmaras avançadas colocadas em pontos elevados, como montanhas, para monitorizar atividades suspeitas de incêndios num raio de 24 quilómetros. Estas câmaras giram 360 graus e estão equipadas com algoritmos capazes de detetar sinais de fogo, enviando alertas automáticos para analistas humanos.
Apesar do grande potencial destas tecnologias, surgem alguns desafios. Um dos principais é a questão da prevenção, que muitas vezes passa despercebida. Detetar um incêndio nos seus primeiros momentos é crucial, mas o impacto real de um incêndio evitado é muito difícil de medir.
Outro desafio significativo é o custo. Prevenir incêndios é do interesse público, já que estes causam enormes danos tanto ambientais como sociais. No entanto, as despesas das empresas que desenvolvem e aplicam estas tecnologias são elevadas. Por exemplo, cada estação de câmara da Pano AI custa cerca de 50 mil dólares por ano, um possível entrave para uma implementação em larga escala.
Em última análise, estas novas ferramentas tecnológicas oferecem soluções promissoras para melhorar a resposta aos incêndios florestais. No entanto, ainda há muito a ser feito em termos de financiamento e estudo dos impactos a longo prazo.