Do Macintosh ao iMac, a estação de trabalho da Apple tornou-se icónica, elegante, altamente cobiçada e um autêntico standard de qualidade, produtividade e simplicidade de utilização. Uma combinação meticulosa entre software cuidadosamente concebido para as máquinas de Cupertino cujo design inspirou o resto do mercado. Contudo, está na hora de admitir-mos que o iMac não é uma das prioridades da Apple.
Vê também: Pplware. Todavia, isso é apenas a ponta do Icebergue.
A pedra de toque é a seguinte, oMicrosoft Surface Studio.
Olhemos agora para o Mac mini, esta era a versão barata do computador, da estação de trabalho da Apple e cuja última atualização ocorreu em 2014 e não creio que voltem a ser melhorados, pelo menos num futuro próximo.
Ainda, de acordo com a Bloomberg (fonte), a Apple está a dar cada vez menos atenção aos iMac e a todo o seu segmento de computadores. De acordo com quem está intimamente familiarizado com os desígnios da Apple, a equipa encarregue pelos iMac e restantes Mac's tem-se distanciado da equipa liderada por Jony Ive, o chefe do departamento de design da Apple, além de excelente narrador de vídeos.
O departamento encarregue pelos Mac's queixa-se ainda da falta de uma direção clara e instruções concretas dos seus superiores directos, bem como algumas saídas de pessoal especializado no desenvolvimento de novo hardware para os iMac's e restantes computadores. Tudo isto tem gerado vários atrasos no desenvolvimento de novos computadores.
O que estará a causar o desinteresse da Apple nos Mac's?
Olhando para os números tudo começa a fazer sentido. Os Mac's representam cerca de 10% das vendas e, apesar da gigante de Cupertino não poder alienar todos os designers profissionais e restante público empresarial que usa os iMac's diariamente na sua atividade profissional, é fácil perceber o porquê deste desinteresse, mesmo que tenha sido este o sector que sustentou a escalada da Apple até ao topo do mercado.
A Apple depende cada vez mais do seu excelente ecossistema e do seu prodigioso departamento de marketing e publicidade. Contudo, se cada vez mais pessoas abandonarem os iMac's e Mac's, o ecossistema Apple tornar-se-á menos cativante e isto afetará directamente os produtos mais lucrativos como os iPhone's. Tal como ainda hoje referimos, este pode ser o grande calcanhar de Aquiles da marca de Cupertino. MacBook Pro, estando ciente da sua fraca autonomia de bateria, para não perder a tão lucrativa quadra natalícia. Em suma, a Apple não quis saber do consumidor final, colocando o marketing à frente do produto e esperando arrecadar receitas suficientes antes que o público se apercebesse do que tinha comprado.
Esta situação permite inferir um novo equilíbrio de forças dentro da empresa. Se, outrora, o departamento responsável pelos iMac's recebia visitas e reuniões frequentes com o departamento de Jony Ive, com novos protótipos a serem apresentados frequentemente, desde então essas visitas e reuniões começaram a escassear, focando-se a empresa nos seus produtos mais valiosos como o iPhone e iPad.
Esta mudança tornou-se óbvia quando a direção do departamento de design sofreu alterações, de acordo com uma fonte com conhecimento de causa. Outro dos sinais surgiu quando a Apple re-organizou o seu departamento de desenvolvimento de sofware e, onde outrora existia uma equipada dedicada ao iMac e outra dedicada ao iOS, agora existe apenas uma equipa em que a maioria dos engenheiros dá primazia ao iOS.
O novo rumo: iPhone e iOS
Esta mudança fará com que os iMac's e Mac's em geral se tornem cada vez mais parecidos com os iPhones. Isto é, a Apple está a dar cada vez mais prioridade a características como a elegância do equipamento, o quão fino é o equipamento e quanto menos portas tiver, melhor. Das duas uma, ou a Apple acha que os utilizadores não são capazes de lidar com mais do que uma ou duas portas nos seus dispositivos ou simplesmente quer irritar os profissionais e quem precisa de uma máquina capaz, sem precisar de um 31 de adaptadores para tudo e mais alguma coisa...
Além disso, a direção da Apple nos últimos anos têm optado por avaliar pelo menos duas abordagens ao mesmo produto sempre que estão a trabalhar em algo novo. Isto significa que tanto os engenheiros como os designers têm sempre que desenvolver e trabalhar em várias opções, esperando que um deles caia nas boas graças da direção e seja a solução escolhida.
Esta agitação interna está a causar alguns danos, de acordo com fonte interna, mais de uma dúzia de engenheiros e pessoal qualificado que estava a trabalhar no hardware dos iMac's e Mac's em geral terá mudado de departamento ou abandonado a Apple no decurso do último ano e meio. Alguns estavam à procura de um ambiente de trabalho menos tortuoso enquanto outros sentiam que o futuro dos Mac e iMac era turvo e incerto num mundo de iPads e iPhones.
O velho trunfo: Mac Pro
Lançado em 2013, o seu Mac Pro continua a ser um dos produtos que mais desejo pelo seu design. Este cilindro preto com os LED's brilhantes seduziu-me pela sua simplicidade e causou bastante impacto aquando do seu lançamento. Curiosamente foi o primeiro produto Apple produzido em solo norte-americano desde que a maioria das cadeias de produção se fixaram na China.
Três anos depois o Mac Pro está mais do que pronto para uma boa atualização. Os seus processadores, componentes e até as suas portas já estão atrás da maioria da competição (oxalá o preço fosse mais humilde com o passar do tempo).
Agora, mais do que nunca, a Apple está a sentir a pressão política para trazer pelo menos algumas das cadeias de produção para a América e isto pode trazer novo fôlego para os iMac's e restantes computadores. Se o topo de gama já era produzido em solo norte-americano, os demais computadores podem seguir o mesmo rumo.
Seja como for, a Apple ainda não desistiu dos seus iMac's e Mac's, ainda há poucos dias, Tim Cook referiu que a Apple tinha excelentes estações de trabalho na sua agenda e que ninguém se devia preocupar com isso.
Terminando com uma nota pessoal, estou a precisar de um novo computador e sei que não devo comprar um dos atuais iMac's por se estar a aproximar uma atualização dos mesmos. Devo admitir que o MacBook Air me serviu bem durante 3 anos mas preciso de um ecrã maior, de algo mais potente e não quero abandonar o ecossistema Apple. Contudo, se os novos iMac's seguirem o mesmo rumo dos recentes MacBook Pro terei que procurar uma alternativa mais profissional na concorrência, por muito que isso me possa custar.
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