Todos se recordam das sanções que Donald Trump impôs à Huawei em 2019, suportadas em riscos de espionagem. Essa posição acabaria por ser replicada também na Europa, comprometendo as aspirações da empresa chinesa em ser uma das mais influentes a nível mundial.
Apesar disso, um estudo recente da Strand Consult revela que a Huawei continua a ter uma forte presença nas infraestruturas 5G europeias. Uma presença que tem diminuído nos últimos anos, mas que continua a ser expressiva apesar das recomendações da União Europeia.
Um terço das cidades 5G europeias continuam a usar tecnologia da Huawei
O estudo em causa publicado pela Light Reading revela um terço das cidades 5G em 32 países europeus continuam a usar a tecnologia da Huawei. Uma cifra que, ao que tudo indica, não terá caído desde o segundo trimestre de 2022.
Ou seja, apesar das recomendações europeias para restringir os vendedores chineses, muitos governos europeus ainda não tomaram medidas nesse sentido. A Strand Consult vai mais longe a firma que, até ao final da década, as empresas chinesas continuarão a ter uma presença significativa nas infraestruturas das operadoras de telecomunicações europeias.
A fonte fala que, em 2028, a Huawei continuará a marcar presença em sensivelmente 29% do mercado europeu. Por comparação, essa quota de mercado era de 36% em meados de 2022, estando no final de 2024 na casa dos 32%.
Por que as operadoras europeias continuam a apostar no equipamento da Huawei? A resposta tem que ver com os preços mais competitivos que as empresa chinesas ofereciam quando comparados com empresa nórdicas como a Nokia ou Ericsson.
As preocupações europeias com a tecnologia 5G da Huawei
As preocupações das entidades europeias relativamente aos equipamentos da Huawei têm que ver com receios de espionagem. Os críticos referem que os militares chineses podem usar esses equipamentos para espiar os europeus ou mesmo desligar infraestruturas críticas.
Desde os primeiros dias que essas suspeitas foram levantadas que a Huawei as refuta perentoriamente. A empresa chinesa afirma que nunca existiram nem existem "backdoors" nos seus produtos.
Apesar as conclusões apresentadas pelo estudo da Strand Consult, a verdade é que as empresas chinesas diminuíram a sua presença nas infraestruturas de telecomunicações europeias desde os tempos do 4G. Na altura, estas representavam cerca de metade do mercado.