O mercado de smartphones em 2025 está mais fragmentado que nunca. Vemos topos de gama incríveis a serem lançados na China meses antes de chegarem à Europa (se é que chegam), e a tentação a um site de importação e mandar vir aquela "bomba" a um preço aparentemente mais baixo é enorme.
Mas antes de clicares no botão "comprar", há coisas importantes que precisas de saber e que podem transformar o teu novo e reluzente smartphone num pisa-papéis muito caro. Com base numa análise do site Gizmochina, explicamos-te os 4 grandes perigos da importação.
1. O problema das redes 5G e 4G
Este é o primeiro e talvez o maior risco. Os fabricantes produzem versões específicas dos seus telemóveis para cada região, com suporte para bandas de frequência diferentes. Um smartphone comprado na China pode não ser compatível com as bandas 5G ou 4G essenciais utilizadas pelas nossas operadoras (DIGI, MEO, NOS ou Vodafone).
Na prática, isto pode resultar em velocidades de internet móvel inferiorires, um sinal fraco dentro de edifícios ou, no pior dos casos, a total ausência de serviço em certas zonas do país. Antes de importares, é fundamental que verifiques se as bandas do telemóvel são compatíveis com as da tua operadora.
2. O pesadelo do software
Os telemóveis destinados ao mercado chinês vêm, por norma, com uma versão do Android muito modificada e sem os serviços e as aplicações da Google pré-instalados. Muitas vezes, nada de Play Store, Gmail, Maps ou YouTube de origem. Embora seja tecnicamente possível instalar estes serviços "à mão", a estabilidade não é garantida e a experiência pode ser frustrante.
E a ideia de "flashar" uma ROM global? É um processo arriscado que pode invalidar a garantia ou, pior, "congelar" o teu telemóvel para sempre. A isto soma-se a incerteza das atualizações. Os modelos importados raramente recebem as atualizações de segurança ou as novas versões do Android, deixando o teu dispositivo vulnerável e desatualizado.
3. A garantia e reparações
Se o teu smartphone importado avariar, prepara-te para uma grande dor de cabeça. As garantias dos fabricantes, por norma, não são globais. A garantia de um telemóvel comprado na China só é válida na China. Os centros de reparação oficiais em Portugal vão recusar-se a mexer no teu aparelho.
E mesmo que encontres uma loja de terceiros disposta a tentar, a disponibilidade de peças de substituição poderá ser um problema. A tua única opção será, provavelmente, enviá-lo de volta para o vendedor na China, um processo que pode ser caro, demorado e com menos garantias de sucesso.
4. O "barato" pode sair caro
O preço que vês no site de importação pode nem sempre ser o preço final que vais pagar. A este valor poderás ter de somar as taxas alfandegárias e, claro, o IVA à taxa de 23%. As transportadoras também te irão cobrar taxas de manuseamento e desalfandegamento.
No final de contas, aquele negócio que parecia uma pechincha pode acabar por te custar o mesmo, ou até mais, do que custaria uma versão oficial comprada em Portugal, mas sem qualquer uma das suas garantias ou seguranças.
Importar um smartphone pode parecer uma boa ideia para ter acesso antecipado a tecnologia mas os riscos são enormes e, na maioria das vezes, não compensam. Se estás à procura de um smartphone, vê quais os melhores para cada utilizador em 2025. Abaixo deixo-te 3 opções para várias carteiras.