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Ouvir música pode ajudar pessoas com PHDA a manter o foco — e há um estudo a prová-lo

Sabryna Esmeraldo
Sabryna Esmeraldo
Tempo de leitura: 3 min.

Se costumas ouvir música enquanto estudas ou trabalhas, há boas notícias — especialmente se tens Perturbação de Hiperatividade e Défice de Atenção (PHDA). Um novo estudo da Universidade de Montreal sugere que música de fundo, especialmente com ritmo rápido e envolvente, pode ajudar a melhorar a concentração de quem vive com esta condição.

Ao contrário do que se poderia pensar, em vez de distrair, a música pode funcionar como uma âncora mental subtil, promovendo o foco durante tarefas que exijam atenção contínua.

O estudo revelou uma tendência clara

Música ajuda com PHDA
Imagem: Shutterstock / wavebreakmedia

A investigação foi publicada na revista Frontiers in Psychology e analisou os hábitos de 434 jovens adultos entre os 17 e os 30 anos. Os participantes responderam a questionários sobre os seus padrões de consumo de música e também realizaram uma autoavaliação clínica padrão para PHDA.

Os resultados revelaram uma tendência clara: os indivíduos que testaram positivo para PHDA mostraram-se muito mais propensos a ouvir música enquanto estudavam ou se exercitavam — momentos que exigem concentração ou energia constante. Já os participantes considerados neurotípicos (sem PHDA) tendiam a ouvir música apenas quando estavam sem fazer nada.

Estímulo sonoro como regulador de foco

Outra conclusão relevante do estudo foi a preferência de quem tem PHDA por músicas mais estimulantes, em vez de faixas calmas e relaxantes. De acordo com a investigadora principal, Kelly-Ann Lachance, isso faz sentido: pessoas com PHDA precisam, muitas vezes, de maior estimulação mental para manterem a concentração numa tarefa.

A música, neste caso, pode funcionar como um “regulador externo”, mantendo o cérebro ativo e evitando que a atenção se disperse, algo comum em tarefas repetitivas ou ambientes silenciosos.

Isto vai ao encontro de outras linhas de investigação que têm explorado o poder da música noutros contextos neurológicos — como no tratamento da doença de Alzheimer, onde também tem sido usada para estimular a mente.

Não substitui tratamento, mas pode ser um reforço valioso

Música ajuda com PHDA
Imagem: Shutterstock / fizkes

Os autores do estudo sublinham que a música não deve ser vista como substituto de medicamentos ou de terapia comportamental, mas pode perfeitamente ser um complemento eficaz. E não é qualquer som ambiente que serve: o tipo de música, o volume e até a existência de letra são fatores que interferem diretamente no impacto que a música tem sobre a atenção.

Por exemplo, tarefas como leitura ou escrita beneficiam mais de música instrumental ou playlists criadas especificamente para foco. Canções com letra, em especial quando familiares, podem distrair mais do que ajudar nesses momentos.

O que falta saber?

Apesar dos resultados promissores, os investigadores alertam que são necessárias mais pesquisas para perceber se estes hábitos se traduzem efetivamente em melhorias de desempenho académico ou profissional. Para já, o estudo limita-se a identificar correlações entre o uso de música e as rotinas de foco de quem tem PHDA.

Ainda assim, a principal mensagem está lá: algo tão acessível quanto ouvir música pode ser uma ferramenta útil para lidar com uma condição que, por norma, dificulta a concentração. E se isso significa que uma boa batida pode ajudar alguém a manter-se no trilho durante o trabalho ou o estudo, então talvez esteja na altura de repensar as regras sobre o que se ouve em fundo.

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Sabryna Esmeraldo
Sabryna Esmeraldo
Sabryna trabalha com comunicação há mais de dez anos e especializou-se a produzir conteúdos e tutoriais sobre aplicações e tecnologia. Consumidora de streamings e redes sociais, adora descobrir as novidades do mundo.