
Polícias robôs com farda oficial, cães mecânicos que farejam drogas e explosivos, e máquinas capazes de reconhecer suspeitos em multidões. Parece um filme futurista ou uma série de ficção científica, certo? Mas é real e está a acontecer na Indonésia.
Robôs de farda: mais do que estética
Durante o desfile que marcou o 79.º aniversário da Polícia Nacional da Indonésia, o país apresentou a sua primeira força policial robótica ao serviço das ruas de Jacarta.
O impacto visual foi imediato: 25 robôs, entre oficiais humanoides e cães robóticos chamados I-K9s, marcharam em formação vestidos com coletes táticos, boinas pretas e uniforme completo. Um verdadeiro espetáculo futurista, com intenções bem concretas.
Mas estes robôs não estão apenas a fazer figura. Foram projetados para desempenhar funções críticas em cenários de alto risco, desde o desarmamento de explosivos a missões de resgate com reféns, passando pelo controlo de distúrbios públicos.
Tecnologia de topo para situações de extremo perigo
Segundo informações do canal do YouTube t-online (via SuperCarBlondie), os oficiais humanoides são equipados com sistemas inteligentes capazes de realizar reconhecimento facial em tempo real, identificando e rastreando suspeitos no meio da multidão. Têm também capacidade de comunicação e resposta autónoma, funcionando como agentes intermediários em situações tensas.
Já os I-K9s, inspirados nos tradicionais cães-policia, usam sensores avançados para detetar bombas e substâncias ilícitas. Conseguem marchar, correr, fazer continência e operar em cenários onde seria demasiado arriscado enviar um agente humano ou mesmo um animal real.
E sim, a semelhança com os cães robóticos do episódio "Metalhead", de Black Mirror, é arrepiante. Esperemos que as comparações fiquem mesmo por aí.
Uma aposta séria na modernização

De acordo com o Brigadeiro-General Trunoyudo Wisnu Andiko, esta nova força faz parte de um plano estratégico de modernização da polícia indonésia, com foco na eficiência e segurança operacional.
Os robôs vão atuar lado a lado com humanos, não só para reduzir riscos, mas também para reforçar a presença policial em zonas críticas e melhorar a resposta em situações extremas.
A tendência é global, mas nem toda a gente está confortável
A Indonésia junta-se a uma lista cada vez maior de países que estão a adotar tecnologia robótica na aplicação da lei. Nos Estados Unidos, robôs terrestres são usados em operações da SWAT e para neutralização de bombas. A China utiliza patrulhas robóticas com IA em estações de comboio. O Dubai já tem polícias robôs em ação e quer que representem 25% da força até 2030.
Em Singapura, os robôs monitorizam comportamentos sociais considerados "indesejáveis" nos parques. O Japão aposta neles para resposta a desastres e desativação de explosivos. No Reino Unido, unidades robóticas e drones são cada vez mais usados em operações antiterrorismo e controlo de tráfego.
Apesar das vantagens evidentes em termos de segurança e eficiência, estas inovações levantam questões importantes sobre privacidade, vigilância em massa e os limites das liberdades civis. Até que ponto estas novas tecnologias representam mais segurança ou mais um risco? Estamos preparados para esta tecnologia? Bem, ela já chegou.
Promoção do dia!