
Desde que se começou a ouvir falar pela primeira vez sobre Inteligência Artificial que existiu o receio de que algumas profissões fossem, mais tarde ou mais cedo, substituídas pelas 'máquinas'. A verdade é que, de facto, nunca estivemos tão perto de que tal se torne uma realidade.
Agora, um novo estudo levado a cabo pela Microsoft Research está a dar que falar, nomeadamente no reddit. Foram analisadas 200 mil interações entre os internautas e o Bing Copilot com o objetivo de perceber de que forma a inteligência artificial está a ser utilizada no mundo do trabalho.
As conclusões não deixam margem para dúvidas. A IA generativa é uma ferramenta utilizada em vários campos e que revolucionou por completo a forma de trabalhar, tanto dos profissionais como também das próprias empresas. Assim sendo, é altura de ficar a conhecer quais as profissões mais vulneráveis nesta nova era.
Tradutores e intérpretes são os mais afetados
Nesse sentido, o primeiro aspeto a destacar do estudo é que entre os prompts (pedidos) mais comuns dos utilizadores está essencialmente tudo o que se relaciona com recolha de informação e também a escrita propriamente dita.
Posto isto, há duas profissões que parecem estar sob maior risco de substituição: intérpretes e tradutores. O estudo concluiu que cerca de 98% das suas atividades coincidem com o que o Copilot executa com eficácia. A estes juntam-se historiadores, jornalistas, escritores, revisores de texto, editores e especialistas em relações públicas.
Como explicam os autores do estudo (na página 11), as profissões que estão a salvo da IA são "aquelas que exigem trabalho físico com pessoas... e outras tarefas manuais". Estamos a falar de auxiliares de enfermagem, massagistas, condutores de pesados ou empregadas domésticas.
O cenário em Portugal
Num país em que o turismo é um autêntico ganha-pão, sobretudo no verão, há motivos para os profissionais da área estarem preocupados com o seu futuro. Mas também áreas como a dos serviços administrativos e de call center arriscam-se a ficar para trás.
Isto porque estamos a falar de empregos com uma forte componente de atendimento ao público, tarefas que podem ser facilmente automatizadas. Neste caso, não estará excluída a hipótese de que muitos trabalhadores tenham de se reinventar para 'sobreviver', nomeadamente na hotelaria.
Significa isto que podemos assistir, num futuro próximo, a um processo acelerado de requalificação e aquisição de novas competências por parte dos trabalhadores.
Em suma, é inegável o impacto que a IA no mundo do trabalho. Contudo, não tem de ser vista como algo necessariamente negativo. Bem usada, pode ser uma ferramenta importante que vai ajudar a melhorar a produtividade e eficiência.