O Modo Retrato dos novos Google Pixel 2 e Google Pixel 2 XL são, sem dúvida, um dos seus "truques" de fotografia mais surpreendentes e que fazem até um pobre consumidor português esteja a sonhar com a compra destes smartphones interditos no nosso mercado. Mas, o quão profissional é esta câmara fotográfica de smartphone?
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Em primeiro lugar, note-se que nenhuma câmara fotográfica de nenhum smartphone poderá alguma vez ser tão boa ou atingir resultados tão profissionais como aqueles que são obtidos através de uma câmara fotográfica DSLR, SRL ou Mirrorless.
Fotografia com smartphone é cada vez mais popular mas...
E porquê? Bom, nunca num smartphone terás um sensor fotográfico com o mesmo tamanho de uma câmara profissional, seja ela full-frame ou crop.
E tenho mesmo que referir que as lentes de um smartphone são elementos minúsculos? E que quanto maior for a abertura da lente (dimensão física), ou quantos mais forem os elementos óticos (elementos da lente), maior será a flexibilidade de utilização, entre tantos outros factores.
É completamente infrutífero tentarmos comparar uma câmara de smartphone a uma câmara profissional (e nem precisam de ser câmaras Full-Frame). Sem que aqui esteja a desvirtuar o potencial, qualidade e comodidade da fotografia com smartphone mas são mundos distintos, propósitos distintos e chega a ser um absurdo comparar estas duas realidades.
Partindo do princípio que os smartphones já nos proporcionam bons a ótimos resultados nivel de fotografia móvel, olhemos agora para alguns dos pontos que destacam o Google Pixel 2 e Google Pixel 2 XL, nomeadamente o seu Modo Retrato.
Modo Retrato nos Google Pixel 2
Este Modo Retrato nos Google Pixel 2 e Google Pixel 2 XL é impressionante. Em primeiro lugar porque utilizam apenas uma câmara - não alegam necessitar de dois sensores para atingir este efeito - e mesmo assim são capazes de nos dar um efeito, ainda que artificial mas convincente, de profundidade de campo.
Para verem, e lerem, todos os detalhes sobre o funcionamento destas câmaras podem passar pelo Research Blog onde são apresentados todos os truques e mecanismos. Uma boa leitura que serviu também de base para este artigo.
Mais uma vez, o Modo Retrato não é perfeito e a única maneira de conseguires um retrato com profundidade de campo real é através de uma câmara DSLR com uma boa lente a acompanhar. Contudo, graças ao machine learning da Google também já conseguimos alguns resultados bem comparáveis.
O que é a "Profundidade de Campo"?
É um dos melhores aspectos de ter uma câmara maior como uma DSRL, a possibilidade de poderes brincar com a profundidade de campo.
Ao contrário da maioria das câmaras de smartphones, uma câmara com um grande sensor, com uma grande lente (de grande abertura - f/1.8 a f/2.2), já podes, por exemplo, focar-te na cara de uma pessoa e desfocar completamente o fundo.
Em seguida deixo-vos com uma lente muito peculiar e o seu unboxing cujo vídeo faz amplo uso deste "efeito" de profundidade de campo. Esta lente já quase me fez perder o juízo e abrir mão da minha carteira...imaginem este efeito aplicado nos nossos vídeos...
Objecto central perfeitamente focado, tudo o resto completamente desfocado. Poderíamos até falar do efeito bokeh que se centra na qualidade artística deste desfoque do fundo ou de tudo o que não seja o objecto central.
São efeitos que uma câmara de smartphone não consegue proporcionar, sem ser com um grande processamento da imagem e com recurso a vários truques de software isto é.
Google Pixel 2 e a fotografia de Pessoas
Tal como praticamente todas as novidades da Google, a câmara fotográfica dos seus Google Pixel tira proveito da inteligência artificial ou machine learning.
Mais concretamente para que o smartphone seja capaz de identificar quais são os pixéis (elementos que compõem uma imagem) que pertencem a uma pessoa e quais são os pixéis que não representam uma pessoa.
Claro que existe muito mais do que apenas isto, tal como a deteção de fase (não confundir com reconhecimento de face ou facial) em que são utilizadas duas aberturas pela mesma lente para capturar duras imagens separadas que, em seguida são comparadas.
Caso sejam detetadas características semelhantes em fotos diferentes então é provável que o objecto esteja focado. Se não estiverem, então com alguns ajustes e correções, o sensor será capaz de determinar (com base na luz que lhe chega) onde é que deverá corrigir a focagem até que a foto esteja devidamente focada. Tudo isto no espaço de mili-segundos.
Os vários mecanismos utilizados pelos Google Pixel 2
Podemos ainda referir a utilização de uma tecnologia HDR+ para, mais uma vez, ajudar os Google Pixel 2 a discernir o que é o objecto principal ou a pessoa do fundo.
Combinando informação proveniente de vários pontos de análise até aqui descritos para poderem compensar vários factores como a intensidade luminosa e tentar reduzir o ruído digital, a título de exemplo.
Utilizam também um mapa de profundidade para saberem quanto desfoque devem aplicar a diferentes partes da imagem. Para se assegurarem que as arestas da cara não ficam desfocadas, ou se não existe um bleeding na aplicação da desfocagem.
O resultado e fotografia final nos Google Pixel 2 com o Modo Retrato
A Google não revela grandes detalhes sobre certas especificidades mas os resultados finais falam por si. A pessoa ou objecto principal estarão completamente focados para termos uma imagem límpida e repleta de detalhes.
Já o plano de fundo estará completamente desfocado, bem como algumas partes da imagem para nos dar um efeito mais realista (apesar de tudo isto ser a magia dos 1's e 0's). A Google vai ao extremo de tentar imitar o efeito bokeh produzido pelas câmaras digitais DSLR cujo efeito bokeh variará conforme a distância do objecto e a abertura da lente.
Para mais informações sobre a esta marca e tudo o que é tecnologia falada em português segue a 4gnews. Acompanha-nos no YouTube onde terás também as nossas LiveCasts semanais.
Neste momento costumas tirar mais fotografias com a tua câmara digital (se tiveres uma), ou com o teu smartphone?
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