Google ensina um robô a atar as sapatilhas e gerou críticas e elogios

Sabryna Esmeraldo
Sabryna Esmeraldo
Tempo de leitura: 3 min.

O Google DeepMind anunciou recentemente que havia ensinado um de seus robôs a atar uma sapatilha. A execução da tarefa parece não ter corrido perfeitamente. Contudo, enquanto alguns criticaram as habilidades do robô, outros defenderam.

Os avanços da DeepMind

Manipulating objects using just one robot arm is challenging.Enter ALOHA Unleashed, which builds upon our ALOHA 2 system. With two arms, it can be teleoperated to collect high quality training data.With this system, robots can perform new tasks with fewer demonstrations. pic.twitter.com/D6J0P3eqxJ

— Google DeepMind (@GoogleDeepMind) 12 de setembro de 2024

Recentemente, o Google DeepMind publicou um vídeo de um robô a atar os atacadores de uma sapatilha. Num post de blog intitulado "Nossos últimos avanços em destreza de robôs”, a DeepMind deu mais detalhes sobre como eles ensinaram a máquina a realizar a ação.

Na ação, o robô utiliza o que os investigadores chamam de “manipulação de dois braços”. Na publicação, a DeepMind também revelou dois novos sistemas de Inteligência Artificial (IA). O primeiro deles, o ALOHA Unleashed, pode ajudar os robôs a executar tarefas difíceis com dois braços. O segundo foi o DemoStart, capaz de envolver o uso de simulações para ajudar os robôs a aprender com suas experiências.

“Um dia, os robôs de IA ajudarão as pessoas com todos os tipos de tarefas na casa, no local de trabalho e muito mais [...] A pesquisa de destreza, incluindo as abordagens de aprendizagem eficientes e gerais que descrevemos hoje, ajudará a tornar esse futuro possível”, explicaram os investigadores.

Críticas e defesas

google deepmind
Imagem: captura de ecrã

Embora o robô tenha conseguido executar a tarefa de atar os atacadores, o nó que resultou da sua ação não ficou exatamente funcional, dada a proporção errada entre as partes. Isso foi logo motivo de crítica para muitos.

A página GizModo, por exemplo, destacou que o Google DeepMind não foi capaz de dar habilidades ao robô maiores do que as de crianças pequenas. Na mesma publicação, entretanto, os leitores do artigo defendem a nova habilidade do robô.

"Quer dizer, acredita ou não, isso é, na verdade, uma realização maior do que imaginas. Aprendemos quando crianças e, francamente, é como uma segunda natureza para nós agora. Mas da próxima vez que atares os teus atacadores, presta atenção aos vários movimentos que estás a fazer e aos processos que fazes para fazê-lo. Estás a mover e a manipular os atacadores e a passá-los de mão em mão ou dedo em dedo. É um pequeno processo complexo para algo que aprendemos quando crianças", escreveu um leitor que se identificou como James Dodson.

Outro leitor destacou ainda o facto de a situação envolver um robô de utilização geral, de várias funcionalidades, e não especificamente desenvolvido para realizar a tarefa de amarrar atacadores.

"O ponto aqui é que este é um robô de utilização geral que foi capaz de aprender a atar os atacadores. Antes disso, se quisesses uma máquina que pudesse atar sapatos, tinhas que projetar uma máquina construída para esse propósito. O facto de que um robô de utilização geral foi capaz de receber uma nova função via software é o que é notável", escreveu o utilizador fogosaza.

Este último exemplo acaba por destacar algo bem importante: é claro que um robô desenvolvido e programado para realizar um procedimento cirúrgico, por exemplo, será bem mais habilidoso e terá movimentos mais calculados. Mas o que o Google DeepMind exibe aqui não é um robô programado para atar os atacadores, é um robô capaz de aprender a realizar essa atividade.

Além do Google DeepMind, outras grandes empresas de tecnologia investem intensamente no desenvolvimento de robôs humanoides, como a Tesla, com o Optimus. Conforme já anunciado pelo CEO Elon Musk, o objetivo é que esses robôs substituam o trabalho humano em determinadas atividades, como em fábricas.

Sabryna Esmeraldo
Sabryna Esmeraldo
Sabryna trabalha com comunicação há mais de dez anos e especializou-se a produzir conteúdos e tutoriais sobre aplicações e tecnologia. Consumidora de streamings e redes sociais, adora descobrir as novidades do mundo.