O Google DeepMind anunciou recentemente que havia ensinado um de seus robôs a atar uma sapatilha. A execução da tarefa parece não ter corrido perfeitamente. Contudo, enquanto alguns criticaram as habilidades do robô, outros defenderam.
Os avanços da DeepMind
Recentemente, o Google DeepMind publicou um vídeo de um robô a atar os atacadores de uma sapatilha. Num post de blog intitulado "Nossos últimos avanços em destreza de robôs”, a DeepMind deu mais detalhes sobre como eles ensinaram a máquina a realizar a ação.
Na ação, o robô utiliza o que os investigadores chamam de “manipulação de dois braços”. Na publicação, a DeepMind também revelou dois novos sistemas de Inteligência Artificial (IA). O primeiro deles, o ALOHA Unleashed, pode ajudar os robôs a executar tarefas difíceis com dois braços. O segundo foi o DemoStart, capaz de envolver o uso de simulações para ajudar os robôs a aprender com suas experiências.
“Um dia, os robôs de IA ajudarão as pessoas com todos os tipos de tarefas na casa, no local de trabalho e muito mais [...] A pesquisa de destreza, incluindo as abordagens de aprendizagem eficientes e gerais que descrevemos hoje, ajudará a tornar esse futuro possível”, explicaram os investigadores.
Críticas e defesas
Embora o robô tenha conseguido executar a tarefa de atar os atacadores, o nó que resultou da sua ação não ficou exatamente funcional, dada a proporção errada entre as partes. Isso foi logo motivo de crítica para muitos.
A página GizModo, por exemplo, destacou que o Google DeepMind não foi capaz de dar habilidades ao robô maiores do que as de crianças pequenas. Na mesma publicação, entretanto, os leitores do artigo defendem a nova habilidade do robô.
"Quer dizer, acredita ou não, isso é, na verdade, uma realização maior do que imaginas. Aprendemos quando crianças e, francamente, é como uma segunda natureza para nós agora. Mas da próxima vez que atares os teus atacadores, presta atenção aos vários movimentos que estás a fazer e aos processos que fazes para fazê-lo. Estás a mover e a manipular os atacadores e a passá-los de mão em mão ou dedo em dedo. É um pequeno processo complexo para algo que aprendemos quando crianças", escreveu um leitor que se identificou como James Dodson.
Outro leitor destacou ainda o facto de a situação envolver um robô de utilização geral, de várias funcionalidades, e não especificamente desenvolvido para realizar a tarefa de amarrar atacadores.
"O ponto aqui é que este é um robô de utilização geral que foi capaz de aprender a atar os atacadores. Antes disso, se quisesses uma máquina que pudesse atar sapatos, tinhas que projetar uma máquina construída para esse propósito. O facto de que um robô de utilização geral foi capaz de receber uma nova função via software é o que é notável", escreveu o utilizador fogosaza.
Este último exemplo acaba por destacar algo bem importante: é claro que um robô desenvolvido e programado para realizar um procedimento cirúrgico, por exemplo, será bem mais habilidoso e terá movimentos mais calculados. Mas o que o Google DeepMind exibe aqui não é um robô programado para atar os atacadores, é um robô capaz de aprender a realizar essa atividade.
Além do Google DeepMind, outras grandes empresas de tecnologia investem intensamente no desenvolvimento de robôs humanoides, como a Tesla, com o Optimus. Conforme já anunciado pelo CEO Elon Musk, o objetivo é que esses robôs substituam o trabalho humano em determinadas atividades, como em fábricas.