A Garmin há muitos anos que marca presença no segmento de smarwatches. Conta com vários modelos que vão desde dispositivos casuais a equipamentos verdadeiramente direcionados para área aventura, golfe e mergulho.
Um dos lançamentos mais recentes da Garmin foi o Vivoactive 6. Dormi, respirei e caminhei com este modelo no pulso durante as últimas semanas e posso dizer-te que a Garmin tem ainda alguma coisa a dizer no segmento dos smartwatches.
Unboxing
À semelhança do que acontece com a concorrência, o unboxing do Garmin Vivoactive 6 é simples e rápido. A razão para isso acontecer fica a dever-se ao facto de incluir poucos elementos na caixa.
Na realidade, são apenas dois: o smartwatch e respetivo cabo de carregamento. Mas na prática também não é necessário mais para colocar tudo a funcionar.
Design e conforto na utilização
O Vivoactive 6 pesa singelos 36 gramas com bracelete incluída. É um dos smartwatches mais leves que testei – senão mesmo o mais leve. A contribuir para este peso-pluma está a bracelete em silicone e um mostrador em plástico resistente que apenas é ladeado por uma moldura em alumínio.
Esta opção da Garmin apresenta duas vantagens, na minha opinião: um design minimalista e conforto na utilização. Passo a explicar.
Todos os materiais usados, assim como a ausência de detalhes de design mais ostensivos e vistosos, tornam-no perfeito para todas as ocasiões. O seu minimalismo dá-lhe elegância e sobriedade. Mas também o torna adequado para usar no ginásio ou em jantares formais.
Mas a grande vantagem é, sem dúvida, o conforto na utilização. O Garmin Vivoactive 6 mal se sente no pulso e no bom sentido. Quando estamos em plena atividade física, não temos de o carregar e na hora de dormir nem damos pela sua presença.
O design do mostrador é complementado por dois botões físicos muito bem-vindos. Estes facilitam a navegação no Vivoactive 6. Estão também bem posicionados para a utilização diária e contam com uma distância suficiente entre si para não dar azo a enganos.
Há várias cores à escolha: preto, rosa, verde e branco – a unidade que tínhamos em teste. Uma palavra ainda sobre a cor branca para elogiar. Durante o tempo de teste – aproximadamente 3 semanas – a bracelete manteve-se branca. É fácil de limpar com um pouco de algodão e álcool, mas é resistente às ocasionais nódoas e manchas.
Ecrã
Passemos agora ao ecrã deste modelo Garmin. Aqui temos um painel AMOLED de 1,2 polegadas que fornece uma resolução de 390 por 390 pixéis.
Só tenho elogios a fazer a este ecrã. É bastante responsivo; um pequeno deslize, mesmo quando feito em movimento, leva-nos ao menu que queremos. Por outro lado, o mostrador redondo e o facto da moldura não atrapalhar dá-nos a sensação de que estamos perante um ecrã maior.
Conseguimos ter uma boa área de visualização e isso é especialmente importante nas atividades ao ar livre. Por falar nisso, ainda que a Garmin não revele o brilho deste ecrã, o Vivoactive 6 lida maravilhosamente bem com a luz do exterior.
Não sofremos com reflexos e, por isso, não somos obrigados a fazer poses específicas com o braço para conseguir ver bem o que é exibido neste ecrã.
Interface e app
Aqui reside o “calcanhar de Aquiles” do Vivoactive 6. A interface é pouco intuitiva. A Garmin tem vindo a melhorar este ponto e tudo está melhor. Mas ainda assim alguns recursos estão “escondidos” e temos de nos preparar para explorar calmamente o relógio antes de começarmos a usar.
Aprender os “truques” ou, por outras palavras, perceber bem onde estão as coisas. O mesmo se passa com a app Connect. Infelizmente, esta aplicação não segue a regra de ouro “what you see is what you get”, em bom português, o que vês é o que tens.
Desde logo a começar pela homepage que coloca em acesso rápido os desafios em que podes participar e que podes definir para ti próprio, o calendário e notícias. Terás de carregar na opção “mais” para teres acesso às estatísticas de saúde, de desempenho, treino, entre outras.
As boas notícias é que é notório o esforço que a Garmin tem vindo a fazer para otimizar a navegação na interface dos seus wearables. Aqui pede-se que esse esforço continue a ser feito até que a interface e respetiva app sejam intuitivas e mais amigas de utilizar.
Saúde e desporto
O Garmin Vivoactive 6 dispõe de 80 modos direcionados para o desporto. São muitas as opções disponíveis e até há recomendações para caminhadas. Este é um ponto que vai agradar a desportistas como eu que preferem um ritmo menos acelerado.
E as sugestões não são propriamente exigentes. No meu caso, seguiram no sentido de eu tentar um ritmo mais “vigoroso” ou aumentar o período de tempo da caminhada. Este pode ser o smartwatch ideal para quem decide hoje começar um estilo de vida mais ativo, mas sem uma exigência demasiado rigorosa. Como esperado, fornece métricas precisas e detalhadas. Essa é, aliás, uma constante nos equipamentos Garmin.
Mas visto que não conta com a tecnologia mais recente da marca, usa o GPS para fazer alguns dos cálculos. Ora os utilizadores que necessitam de métricas mais complexas, devem optar por modelos Garmin mais completos com altímetro, por exemplo.
Como não podia deixar de ser, o Vivoactive 6 também monitoriza vários parâmetros de saúde, entre os quais batimento cardíaco, oxigenação do sangue, níveis de stress, qualidade do sono e também variabilidade da frequência cardíaca.
Fornece dados precisos e que podem ser consultados a qualquer momento. Destaque para os relatórios matinais que fornece, logo ao acordar. Aqui temos a métrica Body Battery que nos indica a nossa preparação para o dia que vai começar. Este é um ponto de destaque neste modelo. Mesmo que estejamos ainda ensonados é sempre bom ter o incentivo de uma pontuação boa de energia. Ganha-se confiança para o dia que começa.
Durante o dia, o Garmin Vivoactive 6 também emite vários alertas para o utilizador se mexer. Estes alertas são facilmente dispensados, mas são um recurso muito bem-vindo, sobretudo para pessoas como eu que passo o dia inteiro no PC a trabalhar. O lembrete ajuda e motiva à prática de um estilo de vida menos sedentário.
Autonomia e carregamento
A Garmin anuncia uma autonomia de 11 dias para o Vivoactive 6 e, pela minha experiência, este é um valor que fica aproximado o suficiente para corresponder. No meu caso, durou-me 10 dias a usar à noite para monitorização do sono e de dia com os respetivos recursos disponíveis, além de uma ou outra sessão de caminhada.
Não podemos pedir mais. Esta é uma autonomia bastante boa num equipamento que é para usar os sete dias da semana, durante as 24 horas do dia.
Quanto ao carregamento, este é feito através do conhecido sistema de pinos. Não sou propriamente fã deste tipo de carregamento, mas ao contrário de outros smartwatches que usam o mesmo sistema de pinos, com o Garmin Vivoactive 6 não precisei de o colocar numa posição estranha para que carregasse.
Em alguns casos, é necessário fazer alguma “ginástica” para encontrar a posição correta para o carregamento. Aqui isso não é preciso; basta colocá-lo de lado e tudo funciona às mil maravilhas.
Conclusão
Em conclusão, o Garmin Vivoactive 6 é um bom smartwatch sobretudo para quem está agora a iniciar uma vida mais ativa. Os lembretes constantes para o utilizador se mexer são um recurso muito bem-vindo e que motiva realmente a uma prática de vida mais mexida e menos sedentária.
A funcionalidade Body Battery, por sua vez, é outra opção que se destaca pela motivação positiva para um estilo de vida mais saudável, mas que, em simultâneo, fornece uma dose boa de energia e confiança para o dia que começa.
O design minimalista do Vivoactive 6 faz com que seja adequado a qualquer ocasião. Já o seu peso-pluma faz com que seja um dos smatwatches mais confortáveis de usar, especialmente nas sessões de desporto ou na hora de dormir.
Como companheiro de desporto, este Vivoactive 6 é mais adequado para atletas menos com ritmos menos exigentes. Mas a sua precisão nas métricas e os 80 modos de treino dão-lhe as ferramentas necessárias para se impor no mercado.
O ecrã, ainda que tenha apenas 1,2 polegadas, fornece uma área de visualização excelente e lida maravilhosamente bem com a luz exterior.
O “calcanhar de Aquiles” é a interface e a app Connect. Ambas podiam ser mais intuitivas e amigas de utilizar. É necessária alguma exploração com tempo para vermos onde estão todas as coisas.