8 redes sociais do Google que correram muito mal

Sabryna Esmeraldo
Sabryna Esmeraldo
Tempo de leitura: 5 min.

O Google é atualmente, uma das maiores empresas de tecnologia do planeta. Mas há uma coisa que o Google nunca conseguiu fazer com o sucesso esperado: uma rede social. E não foi por falta de tentativas. Enquanto a Meta conta hoje com Facebook, Instagram e Threads, e até a chinesa ByteDance conquistou o mundo com o TikTok, o Google já criou 8 redes sociais que acabaram por falhar.

1. Orkut (2004 - 2014)

Orkut
Imagem: Reprodução/Google

A primeira tentativa do Google de desenvolver uma rede social, o Orkut, foi a mais antiga e duradoura da empresa. Alcançou grande popularidade no Brasil e na Índia, países de grande dimensão que lhe renderam um grande número de utilizadores numa época pós-MySpace. No Brasil, inclusive, figurou como a primeira grande rede social para muitos.

A sua estrutura, bastante similar à de muitas redes atuais, permitia a criação de um perfil para cada conta com poucas fotos. Numa secção de mensagens públicas, os amigos poderiam deixar recados. Já o espaço de depoimentos era reservado para mensagens elogiosas e declarações apaixonadas que ficariam fixadas no teu perfil. E cada utilizador podia ainda participar de diversas Comunidades, nas quais havia fóruns de discussão sobre inúmeros temas.

Infelizmente, o Orkut enfrentou questões legais nos Estados Unidos e chegou a transferir suas operações para o Brasil, onde foi um dos sites mais visitados em 2008. Mas a rede não resistiu ao poder do Facebook, que alcançou a expansão mundial que o Orkut nunca conseguiu e acabava por ter recursos similares.

2. Friend Connect (2008 - 2011)

friend connect
Imagem: Reprodução/Google

O Google fez a sua segunda tentativa no universo das redes sociais em 2008, com o Friend Connect, quando o Orkut já enfrentava grande concorrência contra o Facebook, o MySpace e o Friendster. Este período, contudo, foi marcado por uma tentativa de descentralização das redes sociais e integração com sites externos. E foi isso que o Friend Connect tentou fazer por meio da ferramenta Social Graph.

Um sistema único de compatibilidade com sites e apps de terceiros, o Social Graph exibia links para sites externos com imagens e descrições. Isso fez com que a plataforma conquistasse alguns criadores de sites, mas também fez com que ela nunca conseguisse ter sucesso especificamente como rede social. O Friend Connect chegou ao fim em 2011, quando o Google decidiu investir no Google+.

3. Google Wave (2009 - 2012)

Google Wave
Imagem: Reprodução/The Verge

O Google Wave foi considerada uma das ideias mais ambiciosas em termos de redes sociais do Google, e infelizmente um de seus maiores fracassos. A plataforma tinha uma proposta colaborativa que, hoje é possível vermos no Microsoft Teams e no Slack. Integrava e-mail, chat para mensagens e as chamadas "ondas", threads onde era possível partilhar fotos, mapas e vídeos e mais sobre um determinado tema.

A diferença em relação às plataformas citadas era que o Google Wave não era voltado especificamente para trabalho. A ideia assemelhava-se mais a um Twitter dentro do e-mail, integrando também Gmail e Docs. Os recursos pareciam úteis e à frente de seu tempo. Infelizmente, o Google Wave teve uma rápida vida de apenas 3 anos e chegou ao seu fim em 2012.

4. Google Buzz (2010 - 2011)

Google Buzz
Imagem: Reprodução/Google

Lançado pouco depois do Google Wave, o Google Buzz foi uma das redes sociais mais promissoras do Google. A plataforma permitia que o utilizador partilhasse fotos, vídeos, mensagens, links e outro conteúdo publicamente e por meio de mensagens privadas individuais ou em grupo. Ainda era possível interagir com os posts "gostando" deles.

Ou seja, uma fórmula muito vista em redes bem-sucedidas que utilizamos até hoje. Além disso, o Google Buzz foi fortemente integrado ao Gmail junto com Twitter, YouTube, FriendFeed e Google Reader. Infelizmente, a plataforma foi bastante criticada por questões de privacidade e chegou a ser processada num valor de US$ 8,5 milhões. Com a popularidade bem baixa, chegou ao seu fim já em 2011.

5. Google+ (2011 - 2019)

Google+
Imagem: Reprodução/IntelDig

O Google+ foi, provavelmente, a rede social do Google que deu mais errado. Construída com base nos sucessos que redes antecessoras tinham tido, a plataforma tinha a proposta de unificar outros produtos do Google, como YouTube, Blogger e Google Drive. Também permitia que os utilizadores publicassem imagens, vídeos e atualizações.

A ironia é que o problema do Google+ não foi um baixo número de utilizadores. Apenas 2 semanas após ser lançada, a rede alcançou 10 milhões de utilizadores globais, número que chegou a 90 milhões no final de 2011. O problema é que os utilizadores não utilizavam a rede. Com o Instagram a ganhar força e com o Facebook a manter a sua entre a geração de jovens da época, o Google+ chegou ao fim em 2019.

6. Shoploop (2020)

shoploop
Imagem: Reprodução/Google

Em 2020, no auge da pandemia da covid-19, o Google lançou o Shoploop, um projeto experimental de rede social de vídeos para compras online. A proposta era trazer um feed com vídeos de até 90 minutos demonstrando produtos, algo que já é feito em redes como TikTok e Instagram, mas em meio a conteúdos sobre outros temas.

O Shoploop permite ainda realizar compras sem que seja preciso deixar a aplicação. O que o Google descobriu é que, talvez, seja justamente a mistura com conteúdos sobre outros temas que faz com que os posts de compra sejam mais interessantes e tenham mais credibilidade. Além disso, o Shoploop acabou por focar-se em produtos de beleza e cosméticos, algo já muito forte nos seus concorrentes.

A rede social não foi para a frente e nunca conseguiu sequer chegar a outros países além dos Estados Unidos.

7. Threadit (2021)

threadit
Imagem: Reprodução/Google

Em março de 2021, o Google lançou o Threadit sem muita pretensão, mas a rede social de vídeos curtos focada no mercado corporativo chegou a expandir-se para outros países e ainda está ativa. Contudo, a plataforma nunca alcançou uma adesão significativa por parte das empresas e parece ser apenas uma questão de tempo até ser oficialmente encerrada, especialmente dada a força de seus concorrentes.

A proposta misturava um pouco do que vemos hoje no TikTok e no LinkedIn. Embora permitisse gravar vídeos de até 70 minutos, o foco eram os formatos mais curtos. Com recursos intuitivos e sem um algoritmo de recomendação, a rede mostra conteúdos apenas dos utilizadores seguidos.

8. Keen (2020 - 2024)

keen
Imagem: Divulgação / Google

Keen foi a rede social mais recente do Google e uma das menos conhecidas. Lançada como uma alternativa ao Pinterest, tratou-se de um projeto experimental que utilizava recomendações baseadas em machine learning para criar quadros virtuais. Ou seja, o utilizador podia expressar ideias e gostos e o algoritmo ofereceria recomendações.

A plataforma ainda permitia que os "Keens" interagissem entre si, com likes nos posts e seguindo outros Keens. Infelizmente, a proposta não fez com que os fiéis utilizadores do Pinterest trocassem de rede. O Keen foi encerrado em março de 2024.

Sabryna Esmeraldo
Sabryna Esmeraldo
Sabryna trabalha com comunicação há mais de dez anos e especializou-se a produzir conteúdos e tutoriais sobre aplicações e tecnologia. Consumidora de streamings e redes sociais, adora descobrir as novidades do mundo.