Vénus deslumbra os cientistas com possíveis sinais de vida!

Rui Bacelar
Rui Bacelar
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Fosfina. O nome comum do hidreto de fósforo (PH3), também conhecido pela nomenclatura IUPAC fosfano, ou fosfamina. O composto químico está a fazer manchetes após um grupo de cientistas ter detetado a sua presença na atmosfera da Vénus.

A descoberta foi feita por um grupo de astrónomos e recentemente publicada de acordo com o The New York Times. Em dois relatórios, os cientistas explicam que encontraram fosfina na densa atmosfera do planeta vizinho e discorrem sobre as suas origens.

Indícios de vida microbiana na atmosfera de Vénus

A origem do composto químico é atribuída a micro-organismos extraterrestres, residentes numa hipotética biosfera de Vénus. A atividade destes micróbios terá causado a produção em grandes quantidades do composto químico na forma de gás.

Os primeiros indícios de fosfina terão sido descobertos em 2017 pela astrónoma Jane Greaves da Universidade de Carfiff no País de Gales. Mais recentemente, em 2019, as suas conclusões foram confirmadas com recurso equipamentos mais avançados.

Em causa está a deteção de fosfina em níveis que variam entre cinco a vinte partes por cada milhar de milhão. Na prática, são concentrações imensamente superiores aos níveis detetados na atmosfera da Terra.

A investigação esteve parada devido à pandemia COVID-19

O estudo tinha uma curta janela temporal durante a qual o planeta Vénus se encontrava na posição ideal, algo que também atrasou a divulgação das conclusões. A esta condicionante juntou-se também a pandemia COVID-19 provocando mais atrasos.

Até ao momento a comunidade científica não colheu nenhum microorganismo de Vénus, nem tampouco os fotografou. O que os cientistas sabem é que os raios solares degradam constantemente a fosfina e, mesmo assim, ela está presente em Vénus.

O gás precisa de ser constantemente reposto para ser encontrado em concentrações tão elevadas. Ora, em teoria, os microorganismos anaeróbios (que vivem sem oxigénio) podem ser a fonte deste composto químico.

Fosfina pode ser a chave da vida em Vénus

A fosfina está presente na Terra, à pressão ambiente como gás incolor e inflamável produzido por microorganismos como micróbios anaeróbios que habitam ambientes como lagos, esgotos, inclusive o intestino humano e de outros animais.

Por outro lado, sabemos que nos maiores planetas do Sistema Solar como Júpiter e Saturno a fosfina também está presente, sendo criada num processo totalmente alheio à vida. A junção de um átomo de fósforo a três de hidrogénio ocorre devido às temperaturas superiores a 500 °C nas camadas internas dos gigantes gasosos.

O estudo recente foi publicado na revista Nature Astronomy, apontando que a quantidade deste composto detetado em Vénus é dez mil vezes superior à produção possível através de métodos não biológicos. Esta foi a tese corroborada.

Não existem conclusões definitivas, mas está redobrado o ânimo em estudar o planeta vizinho ao lançar-se o apelo à comunidade científica para desvendar os segredos do Sistema Solar.

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Rui Bacelar
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O Rui ajudou a fundar o 4gnews em 2014 e desde então tornou-se especialista em Android. Para além de já contar com mais de 12 mil conteúdos escritos, também espalhou o seu conhecimento em mais de 300 podcasts e dezenas de vídeos e reviews no canal do YouTube.