TED Talks: Sheryl Sandberg - COO do Facebook e a Igualdade de Género

Margarida Moura
Margarida Moura
Tempo de leitura: 4 min.

O comando dos “gigantes” da tecnologia normalmente está nas mãos dos homens, mas essa realidade está a mudar quando se começam a ver mulheres a ganharem destaque na indústria do mundo Tech. Algum tempo atrás, deparei-me com um video da Sheryl Sandbergo, no site TED sobre a temática "TED Talks about strong women leaders".

O video sobre "Porque há poucas líderes femininas" prendeu-me o olhar. Para quem não sabe, Sheryl Sandberg é a COO do Facebook. Preocupava-lhe a ausência de mulheres em cargos de liderança, sobretudo no sector da tecnologia.

Durante a sua carreira, nunca se sentiu realmente à vontade de falar sobre este assunto. Interrogou-se muitas vezes se podia fazer uma TED Talks women, e aconselhavam-na a não o fazer. Pois poderia por em risco a sua carreira.

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Até que o CEO do Facebook, o Mark Zuckerberg perguntou-lhe o que faria se não tivesse medo, e sem medo Sheryl subiu ao palco da TED Talks e falou sobre o seu papel enquanto líder e porque apenas 20% das mulheres exercem cargos de liderança.

" Os meus colegas eram homens e mulheres, mas os superiores são todos homens. Mas isso ia mudar porque a antiga geração conseguiu avanços fantásticos na luta pela igualdade, só que ano após ano eramos cada vez menos e agora sou a única mulher na sala". (...) Gostava de poder dizer a todas estas mulheres fabulosas, para acreditarem nelas mesmas e negociarem sozinhas. Sejam donas do vosso próprio sucesso. Gostava de poder dizer isto à minha filha. Mas não é assim tão simples, porque os dados demonstram acima de tudo, que o sucesso e a empatia estam positivamente correlacionados nos homens e negativamente correlacionados nas mulheres".

Sheryl Sandberg na TED Talks

Foi feito um estudo, sobre as pessoas que entram no mercado de trabalho depois da Universidade e esse mesmo estudo demonstrou que 57 % dos rapazes que entram, negoceiam o seu primeiro salário e apenas 7% das mulheres o fazem. E que os homens atribuem o seu sucesso a eles mesmos e as mulheres a factores externos.

" A palestra foi importante para encontrar a minha voz e apercebi-me que tanto as mulheres como os homens podiam encontrar a sua própria voz através disto, por isso decidi escrever um livro. Lembro-me de me contarem a história de uma mulher a quem tinham oferecido uma promoção, e ela recusou. Contou isso à sua melhor amiga, que por sua vez disse que precisava de ver uma palestra na TED. Ela viu a palestra e no dia seguinte aceitou a promoção, foi para casa e entregou ao marido a lista de compras, riu-se."

Sobre o livro " Make it happen " Mark Zuckerberg refere que as palavras de Sheryl vão ajudar todos os leitores, especialmente os homens, a tornarem-se líderes mais competentes e actuantes.

Reflexão Pessoal

No entanto, para libertar as mulheres, também é preciso libertarmos os homens. Sentimos que tem que seguir uma certa postura, que tem que ser lideres, confiantes, protectores, não podem ser muito emocionais senão são ridicularizados pelo mesmo género. No fundo também são limitados pelo estereótipo persistente criado da nossa sociedade. Algo que retive desta TED Talks.

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Tenho avaliado frequentemente a conduta de diferentes géneros num grupo social , se o homem se mostrar um ser emocional, o que é normal enquanto ser, é ridicularizado pelos mesmos do grupo. E para sua defesa pessoal, começa a ter condutas de machismo, que é em si uma humilhação para a mulher e uma prisão para o homem.

“A suposição e a prática comum de que as mulheres devem cuidar da casa e da família constituem um estereótipo persistente e bastante real que não apenas discrimina as mulheres, mas também limita a participação e a conexão dos homens com a família e a sociedade”, Anne Hathaway

Por exemplo, um pai que só tem 15 dias úteis de licença de paternidade e não pode acompanhar totalmente o crescimento do seu primeiro filho que é uma oportunidade única na sua vida é simplesmente infortuno.

Ou quando chega a casa, e perde por minutos os primeiros passos do seu filho, ou a primeira sopa, ou a primeira vez que diz a palavra "pai". Estes momentos não devem ser retirados por isso a licença(maternidade/paternidade) deve ser igual para ambos os progenitores.

Por outras palavras, o sistema laboral deveria estimular o lado mais humano e adaptar-se a estas necessidades que temos vindo gradualmente a assistir. Todos devemos ter a possibilidade de poder escolher o que pretendemos.

Se uma mulher tem uma promoção, deve agarrar essa oportunidade, sem receios assim como quando assume uma posição de liderança. Se por um lado, ainda não é visto como algo comum, há que torná-lo mais frequente e mais compreensível para ambos os sexos. Assim como um homem que queira simplesmente dedicar-se à sua família e realização pessoal deve poder fazê-lo.

Caso seja esta a escolha, outra preocupação que surge é o facto de as mães das crianças não interagirem com os pais, como se ainda esta situação fosse vista com estranheza.

O mundo da tecnologia é um dos ramos onde assistimos a um maior ritmo de inovações e revoluções e das melhores TED Talks, contudo as mentes que comandam este sector ainda tem um grande caminho pela frente na promoção de igualdade de género.

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