O Phone (2a) é o primeiro smartphone da Nothing a ser lançado em 2024 e passa a ser também o mais barato da marca no mercado, a partir de 349 €. Como o próprio nome indica, não é uma evolução face ao Nothing Phone (2) lançado no verão passado, mas sim uma variante económica do mesmo.
Nothing Phone (2a)
Ecrã: AMOLED de 6,7 polegadas a 120 Hz 1300 nits
Processador: Mediatek Dimensity 7200 Pro
Memória: até 12 GB
Armazenamento: até 256 GB
Câmara traseira: 50MP
Bateria: 5000 mAh; carregamento rápido: 45 watts
Sistema Operativo: Android 14, Nothing OS 2.5
Lançamento: março 2024
Testei o dispositivo ao longo das duas últimas semanas e neste artigo conto-te a minha opinião sobre o mesmo. Foquei-me nas várias características que o colocam ao lado dos concorrentes, mas também naquelas que o distinguem.
Unboxing
O unboxing ao Phone (2a) está dentro do que a Nothing já nos habituou no passado. A caixa tem o design familiar da marca, com o aspeto das câmaras traseiras em destaque. No interior encontramos o habitual.
Além do smartphone com película pré-aplicada, encontras um cabo USB-C para USB-C de carregamento, a ferramenta para ejetar o cartão SIM e os habituais manuais de utilização. O carregador terá de ser adquirido à parte, ou podes simplesmente usar um que já possuas.
Design transparente com Glyph Interface e construção em plástico
O design continua a ser um dos pontos-chave dos smartphones da Nothing. A marca conseguiu criar uma identidade visual com a sua Glyph Interface na traseira dos equipamentos, que aparece de cara renovada neste smartphone mais acessível.
Na verdade, este Nothing Phone (2a) integra o primeiro conceito de design interno da marca, que foi originalmente criado em 2020. Uns meses antes de a marca se apresentar ao mundo. Neste modelo a marca coloca as câmaras na zona da bobina NFC e criou uma linguagem diferente: os olhos.
Esta é a zona onde a Nothing pretende que o Phone (2a) comunique com o mundo. Temos as câmaras a ver a informação visual, a Glyph interface a transmitir informação essencial de forma visual e sonora, e a bobina NFC a enviar e a receber informação digital.
Passando a parte técnica, temos aqui um equipamento que continua a ser muito bem desenhado, como se espera da Nothing. A qualidade de construção é boa, mas não há como escondê-lo: nesta faixa de preço a marca opta por plástico transparente na traseira e plástico mate emborrachado na lateral.
Isso faz com que tenhamos a sensação de que é um equipamento mais barato face aos antecessores. O que é real, já que começa nos 349 €. Mas diria que na traseira mantém-se uma transparência e qualidade que nem questionamos a sua qualidade.
O plástico mate na lateral é uma escolha que privilegia a sobriedade e total ausência de marcas de impressões digitais, embora esteticamente não seja a opção mais harmoniosa. O posicionamento central das câmaras é ótimo para quem usa o smartphone sem capa, já que este não abana minimamente quando pousado numa mesa.
Para quem adora a Glyph Interface e vê utilidade em ter algumas notificações e funcionalidades através das luzes traseiras, esta continua cá. Neste modelo tem apenas três zonas, mas continua a ser útil para nos mostrar dados essenciais sem termos de olhar para o ecrã.
Temos 15 funções. Desde notificações importantes, temporizador, contador de obturador de câmara a consultar a atualização da chegada de um Bolt. E também a podes usar para ver o nível de volume no smartphone e tocar conforme a música a rodar no teu equipamento.
Ecrã AMOLED fluido e visualmente aprazível
O Nothing Phone (2a) chega com um extenso painel AMOLED de 6,7 polegadas com ótima resolução e legibilidade. É um painel com margens não tão reduzidas como o Phone (2), mas está longe de ser algo que te vá tirar o sono. Afinal temos um aproveitamento de 91,65% do ecrã face ao corpo do dispositivo.
Como seria de esperar, a marca também aposta em taxa de atualização até 120 Hz, o que garante uma fluidez de topo. O pico de brilho é de 1300 nits, que considero ser suficiente para uso na rua com sol. Mas a esta altura do campeonato já se começam a esperar painéis mais brilhantes, que possam lidar com climas tão solarengos como o nosso.
Ainda assim não deixa de ser um dos melhores ecrãs que vais encontrar num smartphone nesta faixa de preço. As suas margens fazem-no parecer um smartphone mais caro do que realmente é, e isso só pode ser bom sinal.
Áudio que cumpre
O áudio do Nothing Phone (2a) é adequado ao seu preço. Temos aqui altifalantes estéreo que providenciam áudio satisfatório, que dará para ver um bom vídeo no YouTube, uma série ou jogar uns jogos.
Não é o áudio mais detalhado, mas também não se esperava isso nesta faixa de preço. Notarás alguma distorção se puxares pelo volume até ao máximo. Cumpre aquilo a que se propõe.
Desempenho adequado
Pela primeira vez a Nothing junta-se à MediaTek, para co-produzir o processador Dimensity 7200 Pro. Durante estes dias de utilização revelou-se um processador bastante competente, com um bom desempenho e consumos reduzidos. Abaixo podes ver os números alcançados no Geekbench 6.
Face ao Phone (1), a marca promete desempenho 13% superior e eficiência 16% superior. Na nossa versão de teste chega com 12 GB de RAM e 256 GB de armazenamento, mas a versão base também vem bem apetrechada, com 8 GB de RAM e 128 GB de armazenamento.
Nota-se que não é um smartphone topo de gama no desempenho. Mas para quem procura algo que não comprometa em qualquer tarefa, este é um smartphone com desempenho mais que suficiente, que te permitirá jogar a maioria dos títulos disponíveis na Play Store. Um bom trabalho neste campo.
Android puro com personalização na medida certa
Na Nothing OS 2.5 encontramos umas das minhas interfaces prediletas do segmento Android. Esta é uma interface já com alguma maturidade, com uma boa base do Android 14 e adornada por elementos estéticos da marca.
Isso nota-se maioritariamente na possibilidade de termos ícones monocromáticos, que são dos meus favoritos. É pena que nem todas as aplicações que uso já tenham optado por este formato. E claro, há que falar dos widgets próprios da Nothing, que trazem bastante utilidade tanto ao ecrã principal quanto ao de bloqueio.
No fundo, a Nothing OS 2.5 é aquilo que muitos utilizadores desejam. É Android puro com personalização na medida certa. E o melhor é que não encontras aqui qualquer tipo de bloatware: ou seja, nada de aplicações desnecessárias pré-instaladas. Não menos importante: estão prometidos 3 anos de atualizações de software e 4 anos de atualizações de segurança este smartphone.
Câmaras muito competentes
A câmara volta a ser um destaque neste modelo, como não podia deixar de ser. Atrás encontramos uma câmara principal de 50 MP com abertura f/1.88. Este sensor suporta estabilização ótica de imagem, que te garante melhores fotografias à noite e com movimento.
Abaixo podes ver os vários resultados que consegui com a câmara principal do Nothing Phone (2a), tanto de dia como à noite. Realçar também a possibilidade de gravar vídeo até 4K neste sensor, com estabilização ótica e eletrónica de imagem.
A acompanhar o ramalhete está um sensor ultra-angular de 50 MP para quando precisas de um campo de visão maior nas tuas imagens. A marca mantém a ideologia de que menos é mais, e de que ambos os sensores têm de possuir boa qualidade. E isso nota-se nos resultados.
À frente encontramos um sensor de 32 MP, que é o mesmo do Phone (2). É um sensor com boa qualidade, que fornece imagens detalhadas, ideal para tirares ‘aquela’ selfie para as redes sociais ou para videochamadas.
Bateria que pode chegar aos dois dias
O Nothing Phone (2) alberga a maior bateria que a marca já colocou num smartphone até à data: 5000 mAh. E segundo a Nothing, consegue manter 90% da sua capacidade até 1000 ciclos de carga.
No dia a dia, este é um smartphone com autonomia para dois dias sem problemas em utilização leve a moderada. Numa utilização mais intensiva, ainda assim, podes contar com autonomia para um dia e meio.
Embora seja um smartphone de gama-média, carrega a 45 W como o topo de gama da marca. Isto permite que possas carregar 50% do terminal em 20 minutos, o que é bastante satisfatório para a maioria dos utilizadores.
Conclusão: ponham os olhos neste gama-média
Olhos e olhares são o que não faltam quando se usa um smartphone da Nothing em público. Afinal, o design transparente e a Glyph Interface não deixam ninguém indiferente, goste-se mais ou menos. Apesar de poupar nos materiais neste modelo, a qualidade mantém-se neste que é o primeiro gama-média assumido da marca.
O Nothing Phone (2a) alberga o design transparente que tornou a marca famosa, com um ecrã de grande qualidade, desempenho a condizer e uma autonomia de topo. E a isto ainda se junta uma interface próxima do Android puro com grande personalização. É claro, gostaríamos que o pico de brilho fosse superior e talvez se pedisse maior harmonia da moldura em plástico mate com a traseira.
Pesando os prós e os contras, pode dizer-se com clareza: ponham os olhos neste gama-média. A Nothing tem no Phone (2a) um equipamento que chega ao mercado com um preço que o vai tornar atrativo para muitos utilizadores que procurem estilo aliado a um conjunto de especificações muito equilibradas. Promete ser um dos gama-média mais apetecíveis de 2024. Leva seguramente o nosso selo de aprovação.
Nothing Phone (2a)
Ecrã: AMOLED de 6,7 polegadas a 120 Hz 1300 nits
Processador: Mediatek Dimensity 7200 Pro
Memória: até 12 GB
Armazenamento: 256 GB
Câmara traseira: 50MP
Bateria: 5000 mAh; carregamento rápido: 45 watts
Sistema Operativo: Android 14, Nothing OS 2.5
Lançamento: março 2024
