LG Q6 - Análise/Review - O smartphone gama-média com ecrã de flagship

Pedro Henrique
Pedro Henrique
Tempo de leitura: 6 min.

O LG Q6 foi o equipamento de gama-média que usei durante algum tempo, para que pudesse produzir e escrever a sua Review, que poderás encontrar neste formato, aqui na 4gnews e, claro, no nosso canal de YouTube.

Com efeito, Q6 foi uma surpresa pelos bons e maus motivos. Sim, é verdade. O novo equipamento da empresa destinado ao mercado de gama-média foi, sem dúvida, um dos equipamentos mais futuristas que poderia ter usado. Pelo menos, no que toca ao seu ecrã.

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O ecrã deste LG é semelhante ao do G6, daí a particularidade da parte frontal do mesmo ser, quase toda ela, coberta pelo enorme ecrã que o mesmo possui. Disse semelhante, e não igual, dado que, pelo menos a nível da sua resolução, a do LG Q6 acabe por ser relativamente inferior, embora mais do que boa para o olho humano.

Ele é bastante visível no exterior e, com o brilho no máximo, não haverá qualquer problema em utilizá-lo em locais muito iluminados. O mesmo pode dizer-se acerca das suas cores. Muito francamente, chegou a ser difícil acreditar que o mesmo não tinha um ecrã AMOLED, mas sim um IPS LCD, de 5,5 polegadas.

Um ecrã que tem tanto de grande como de ergonómico, fantástico neste LG Q6!

Com cores tão vívidas e uma resolução que ultrapassa o Full-HD dado o facto do aspect ratio do ecrã ser 18 por 9, só o touch poderia estragar a pintura, mas, felizmente, não foi o caso. Durante todo o tempo em que o utilizei, nunca senti que o contacto com o ecrã não fosse responsivo.

Porém, um pensamento lógico seria o de que um ecrã tão grande poderia ser o suficiente para que temesse a sua autonomia. Contudo, com o brilho automático durante todo o dia, e com os vários tipos de conectividades ativadas, a mesma durou perfeitamente para um dia de utilização, com uma pequena réstia no final.

Essa réstia, por sua vez, seria o suficiente para que optasse por carregar o equipamento apenas na manhã seguinte, em vez de o fazer nessa noite, ou seja, seria pelo menos 15% a percentagem de bateria no final do dia.

Talvez isso se deva ao Android Nougat, presente no LG Q6. Todavia, essa temática será abordada mais seriamente no final do artigo.

Antes disso, falarei da sua qualidade de construção. Com um ecrã grande, que ocupa quase toda a sua área frontal, pouco mais que a palavra simplicidade se poderá dizer para caracterizar a parte da frente do equipamento. Aqui, só o símbolo da LG, no final, ou o altifalante, no topo, se destacam.

Já do outro lado, o material em questão é uma espécie de vidro ou metal escovado que, embora elegante nesta versão cuja cor é dourada com determinados reflexos e rosa com outros, é facilmente riscável. Posso alegar que seria um rose gold, portanto.

O seu aro metálico, que forma o perímetro de todo o LG Q6, é perfeito para dar ao mesmo uma sensação de firmeza que se exige a um gama-média como este Q6. E por falar no seu nome, a empresa sul-coreana conseguiu gravar o seu nome no fundo do equipamento, algo que lhe assentou bastante bem, não haja qualquer dúvida.

Desta forma, a qualidade de construção é outro aspeto positivo do smartphone, sendo que o único a destoar é a sua câmara traseira, cujo design não foi tão feliz assim.

E por falar em câmara, uma agradável surpresa foi a sua lente frontal. Neste departamento, a LG permite ao utilizador capturar selfies panorâmicas e singulares, que são um must para qualquer fã de fotografias espontâneas com amigos.

Vê alguns exemplares aqui

Por último, dentro daquilo que são os pilares de um smartphone, destaca-se a sua qualidade de chamada. Aqui, também não houve espaço para reclamações neste LG Q6. Dito isto, consegui ouvir bem as pessoas com quem falava, e essas ouviam-me bem a mim. Isto é, não houve nada a apontar!

O LG Q6 não é perfeito!

Até aqui é claro. A partir deste momento, até ao final da review, espelharei aqueles que foram os “senãos” do Q6. O primeiro é o facto da empresa se ter esquecido de colocar-lhe um certificado IP67/68. Nada de fotografias na piscina!

O segundo sacrifício foi, infelizmente, na tecnologia da entrada para carregador. MicroUSB num smartphone para 2018? Não, obrigado! E pior, ainda externamente, o seu altifalante, o único, na parte traseira. Não só não faz qualquer sentido um terminal como este não possuir uma entrada USB Tipo-C para carregar, bem como ter um altifalante ao estilo de 2013 na parte traseira do mesmo, abafado muito facilmente.

Aí começam as questões do “porquê um ecrã tão grande, para ver vídeos, por exemplo, quando o som do equipamento sai para trás do mesmo?”. É uma questão ao qual não consigo responder, ou pelo menos compreender a opção da LG.

O LG Q6 é um smartphone que pode dar muito mais!

Por outro lado, e talvez como a maior falha deste LG Q6, seja mesmo a capacidade de resposta do mesmo, ainda que tenha boas especificações. Não é normal pensar que um equipamento com 4GB de RAM possa sofrer de lentidões cada vez que se abre o Facebook Messenger.

Sim, eu sei. O seu processador é, e atenção a isto, o Qualcomm Snapdragon 435. Não é nada de especial, não. Mas não deveria ser o suficiente para entrar na aplicação de uma rede social? Claro que sim. Caso contrário, cada vez que se quisesse fabricar um equipamento com bom desempenho, ele não poderia ter menos de 4GB de RAM ou um processador que não da linha 6xx da Qualcomm.

Talvez se deva à configuração das suas especificações. Talvez. Ou então ao seu software. E aí sim, a LG poderá ser considerada culpada por tal se suceder num equipamento com tanto potencial quanto este.

Mesmo com o Android Nougat e uma UI própria da marca, cada vez mais elegante e leve, a perfeição da mesma parece estar longe da realidade, com o Q6 a demonstrar alguns gaguejos, passe a expressão, aqui e ali.

Por último, e como uma das mais graves falhas a apontar ao LG Q6 está o facto do mesmo não possuir um leitor de impressões digitais. A caminho de 2018, este é um terminal que troca um sensor biométrico por um leitor facial que é tão pouco fidedigno como funcional.

O pior é mesmo o método de desbloqueio deste LG Q6...

Tanto que passei os últimos dias a usar um PIN como método de desbloqueio do meu daily driver. Inédito. O leitor facial é lento, pouco eficaz e, como é óbvio, pouco seguro. Afinal, uma fotografia poderá desbloqueá-lo, de dia. De dia. Porque de noite, ou em situações de pouca luz, nada poderá fazer o equipamento desbloquear-se com o reconhecimento facial.

Assim, este é o LG Q6. Um smartphone elegante e futurista, por fora, não tão belo por dentro. Um equipamento que poderá ser bem melhor do que o que é hoje, com simples melhorias na gestão da sua performance, implementadas no seu software.

Um terminal que, por cerca de 350€, tem um valor superior àquele que lhe seria pedido/desejado, mas que faz da empresa sul-coreana uma das primeiras empresas de renome a apostar num gama-média com um ecrã ponta-a-ponta.

Concluindo, se o preço não for um problema, será sem dúvida um equipamento a ter em consideração. No entanto, toma atenção aos seus senãos.

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