A Huawei sempre fabricou bons smartphones. Especialmente nas suas séries mais avançadas, a marca chinesa sempre conseguiu conjugar bom hardware com software eficiente em modelos que exalam estilo e beleza. O Mate 50 Pro é um dos melhores e mais recentes exemplos desse talento da marca.
Mas… todo esse talento, nos últimos anos, tem sido travado pela ausência de serviços Google e de comunicações 5G. Bem sei que voltamos sempre a este ponto e que o assunto já foi falado até à exaustão. No entanto, cada vez que nos sentimos “atraídos” por um smartphone Huawei, o nosso pensamento foge exatamente para esta questão. Será que este Mate 50 Pro consegue fazer-nos esquecer a Google e levar-nos a usar todas as alternativas da marca chinesa?
Passei as últimas semanas a desfrutar da companhia e de todas as funcionalidades do Mate 50 Pro para responder a essa mesma pergunta: será este smartphone Huawei tão bom que eu vou conseguir viver num mundo alternativo à Google?
Design premium em tudo sedutor e elegante
Ainda dentro da caixa, o Huawei Mate 50 Pro confere a sensação de estarmos perante um modelo premium. A caixa totalmente negra com o nome e logótipo a dourado não deixa qualquer tipo de dúvidas quanto à sua elegância e design sedutor.
Quando o retiramos, essa sensação aumenta pelo simples toque num chassis preto brilhante, em tudo agradável ao toque, mas também um pouco escorregadio demais. Este pequeno problema é facilmente ultrapassável pela colocação de uma capa protetora que evita deslizamentos acidentais – seja de uma superfície ou das mãos do utilizador.
O olhar é de imediato captado pelas extremidades curvas do ecrã que lhe dão elegância e são também muito eficazes, no que respeita à área de visualização. Mas já lá iremos.
O painel traseiro destaca um dos pontos fortes deste modelo, colocando um discreto anel dourado a rodear a configuração de câmara traseira. Apesar de este módulo ser saliente, algo inevitável tendo em conta as suas especificações, o modelo assenta bem nas superfícies, o que é muito bem-vindo para várias utilizações como jogar e visualizar conteúdos.
Aqui, o Mate 50 Pro tem a pontuação máxima e conquista ao primeiro olhar.
Ecrã de extremidades curvas é outro dos pontos fortes
A zona frontal é ocupada quase na totalidade pelo ecrã OLED de 6,74 polegadas. O tamanho é bastante bom e as extremidades curvas conferem a sensação de a área de visualização ser ainda maior.
Com estes atributos, visualizar conteúdos no Mate 50 Pro é um gosto. A resolução de 2616x1212 pixéis é suficiente para ver as séries de eleição ou usufruir de um jogo. Ver fotografias em ecrã total neste smartphone é igualmente aprazível, visto que conseguimos ver bem todos os detalhes captados pela câmara excelente. Mas, mais uma vez, já lá vamos.
Em resumo, o ecrã do Mate 50 Pro é surpreendentemente outro dos seus pontos fortes. Nesta característica, podemos constatar a mestria da Huawei em fornecer bons equipamentos e, pessoalmente, cheguei até a sentir alguma nostalgia pelo sucesso alcançado pela marca em outros tempos, no segmento de smartphones.
Um pequeno apontamento ainda para a qualidade de som deste smartphone Huawei. As colunas, localizadas na zona inferior do terminal, fornecem áudio capaz que é suficientemente bom para a reprodução de vídeo e podcasts. Já quando se trata de música com graves mais profundos ou séries e filmes a necessitar de um som mais poderoso, o Mate 50 Pro fornece uma qualidade mediana. Oferece bom áudio, mas não é fantástico.
Bom desempenho que é travado pelo primeiro senão
O Huawei Mate 50 Pro está equipado com o processador Snapdragon 8+ Gen 1. Como esperado e pela razões bem conhecidas, o chip está limitado às comunicações 4G. No meu caso específico, que não faço grande uso das comunicações 5G, este não foi um problema.
No entanto, é preciso não esquecer que este modelo tem um custo superior a 1.000 euros e para um utilizador fazer esse investimento, é preferível que fique com um smartphone à prova de futuro, ou seja com comunicações 5G integradas.
E este é o primeiro grande “senão” do Mate 50 Pro. O segundo, como não podia deixar de ser, é a ausência dos serviços Google. Nada como ter um ícone no ecrã principal que nos dá acesso imediato à nossa conta Gmail e ter uma Play Store, com toda a sua imensa variedade, à distância de um clique.
Claro que existem opções e a App Gallery, atualmente, tem já uma variedade de conteúdos bastante aceitável. Mas será que conseguimos mesmo viver sem a comodidade proporcionada pelos serviços Google e por um custo (recorde-se) acima dos mil euros? Confesso que esse mundo alternativo levanta dificuldades e obriga a um esforço dedicado e demorado por parte do utilizador.
Mas no que respeita a desempenho, o Huawei Mate 50 Pro não desilude. É capaz de fazer frente a todas as tarefas que lhe são solicitadas, respondendo de forma rápida e fluida. O mérito, em parte, é do processador Qualcomm. No entanto, a Huawei, durante toda a sua existência deu provas de ser capaz de construir smartphones bons e eficientes e este não é exceção.
Uma única carga fornece um dia inteiro de autonomia
O Huawei Mate 50 Pro está equipado com uma bateria de 4.700 mAh e traz na sua caixa de venda um cabo e um adaptador de 66 watts para carregamento rápido sem fios.
Em pouco mais de 40 minutos, é possível carregar este smartphone na totalidade quando a sua bateria está já “nas últimas”. O modelo fornece também autonomia para um dia inteiro de utilização normal e rotineira, com aplicações a correr, navegação na Internet, comunicações 4G ativas e por aí adiante.
Graças à bateria com um bom tamanho e à eficiência energética do processador Snapdragon 8+ Gen 1, o Mate 50 Pro não nos falha naqueles momentos cruciais em que dependemos do nosso smartphone para uma qualquer tarefa imediata e urgente.
A DXoMark tem razão, o Mate 50 Pro é mesmo um gigante na fotografia
E eis-nos chegados ao argumento mais forte do Huawei Mate 50 Pro: a sua configuração de câmara traseira tripla. Para efeitos de contexto, recorde-se que o terminal conta com um sensor primário de 50 megapixéis, um ultra grande angular de 13 megapixéis e ainda um sensor telefoto de 64 megapixéis de resolução e zoom ótico de 3,5x.
Uma das suas principais características na parte ótica é a abertura variável do sensor principal que varia entre f/1.4 e f/4. Aqui aplica-se a regra de quanto menor for a abertura, mais luz entra no sensor.
O Huawei Mate 50 Pro permite que o utilizador selecione uma das opções de abertura no momento de captar a foto. É uma opção que vai agradar e muito aos fotógrafos amadores mais exigentes e com mais conhecimentos na área.
Quanto aos restantes, grupo em que me incluo, envolve muitas experiências, sendo que a maioria corre bem, pelas capacidades extraordinárias deste modelo. Dá trabalho e é sempre mais fácil, deixar o modo automático tomar o controlo da situação para avaliar qual a melhor opção para a captação perfeita do momento.
Quanto à qualidade das imagens, as fotografias captadas pelo Mate 50 Pro falam por si. Estão repletas de detalhe, mesmo com pormenores difíceis de captar. O melhor exemplo está na imagem captada da bola cinzenta com lábios, mostrada em cima. Tendo em conta a cor, com um smartphone menos competente na fotografia, seria difícil reter para a posteridade, todos os detalhes dos lábios. Mas o Mate 50 Pro conseguiu-o na perfeição à primeira tentativa.
Outro bom exemplo do detalhe que este terminal oferece é a foto captada da planta. Cada folha está bastante bem definida e até mesmo o fundo de terra está bastante percetível.
É mais do que justo que, a determinado momento, o Mate 50 Pro tenha estado em primeiro lugar do ranking da plataforma especialista DXoMark. A câmara traseira está à altura dos maiores desafios e, ainda que o utilizador não tenha experiência, o Mate 50 Pro vai fazer do fotógrafo de ocasião um profissional de imagem.
E, mais uma vez, sinto a nostalgia dos tempos áureos da Huawei. As capacidades fotográficas do Mate 50 Pro colocam-no no patamar de rei da fotografia e é lamentável que algumas questões o travem de se posicionar no ranking de melhores smartphones do momento.
O “senão” do preço
O Huawei Mate 50 Pro em Portugal tem um preço de 1.249,99 euros. O custo elevado é justificado pelo facto de ser um smartphone de topo com componentes premium. Algumas das suas características justificam efetivamente o valor.
Mas… trata-se de um investimento elevado para um modelo que está limitado a comunicações 4G. Por outras palavras, quem optar por este todo-poderoso da fotografia, está a optar também por ignorar a próxima geração de comunicações móveis. São 1.249,99 euros que têm um prazo e limitado, se acreditarmos que num futuro próximo, em Portugal, as comunicações 5G vão estar massificadas.
Notas finais
Começo as notas finais a responder à pergunta que me levou a este teste – será que o Mate 50 Pro consegue fazer-nos esquecer a Google e levar-nos a usar todas as alternativas da marca chinesa? Infelizmente, não. Quase que consegue, mas os serviços Google estão demasiado “entranhados” na nossa rotina diária para conseguirmos passar sem estes.
É verdade que o Petal Search e a App Gallery estão substancialmente melhores e apresentam boas alternativas; mas ainda assim não conseguem transportar-nos, a título definitivo, para esse outro mundo alternativo.
É inegável que o Mate 50 Pro é um smartphone excelente, sobretudo ao nível da fotografia. Consegue responder às expetativas e necessidades de todos os fotógrafos amadores, com a abertura variável para os mais exigentes e com o modo automático para os “turistas” da atividade fotográfica.
Por outro lado, o bom desempenho e a boa autonomia são também argumentos bastante fortes. Tem bateria para um dia inteiro de utilização séria e responde a todas as tarefas de forma rápida e fluida. O ecrã e o design premium também conquistam, literalmente, ao primeiro olhar.
Mas não há mesmo bela sem senão e este Huawei Mate 50 Pro tem três pontos difíceis de ultrapassar: ausência Google, falta de suporte para comunicações 5G e um preço elevado.
E é uma infelicidade que assim seja porque este é um smartphone que estaria, certamente, classificado como um dos melhores de sempre da Huawei.
Design | 5 |
Construção | 4 |
Ecrã | 4,5 |
Desempenho | 4,5 |
Áudio | 4 |
Interface | 4 |
Câmara | 5 |
Bateria | 4 |
Qualidade/Preço | 3,5 |
Pontuação | 4,2 – Bom |
Prós
- Ecrã fantástico
- Câmara traseira excecional
- Design premium
- Boa autonomia
- Desempenho eficiente, rápido e fluido
Contras
- Ausência de serviços Google
- Sem suporte para comunicações 5G
- Preço elevado
Especificações técnicas
- Processador Qualcomm Snapdragon 8+ Gen 1
- Memória RAM: 8 GB
- Armazenamento: 256 GB
- Ecrã: 6,74 polegadas, OLED, 120 Hz, 2616x1212 pixéis
- Câmaras traseiras: 50 MP f/1.4-f.4.0 (principal), 64 MP f/3 com zoom ótico de 3,5x (telefoto) e 13 MP f/2.2 (ultrawide); vídeo 4K
- Câmara frontal: 13 MP f/2.4; vídeo 4K
- Bateria: 4.700 mAh
- Carregamento: 66 W com fios
- Tamanho: 162,1 x 75,5 x 8,5 mm
- Peso: 209 gramas
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