Facebook Messenger forneceu informações privadas a outras empresas

Filipe Alves
Filipe Alves
Tempo de leitura: 3 min.

O Facebook está novamente envolvido numa polémica. Não é de admirar. Contudo, a história passa também pelo Facebook Messenger e o fornecimento de dados privados pelo Facebook a terceiros.

O Messenger é uma das aplicações mais utilizadas em todo mundo para comunicação e ao contrário do WhatsApp não é P2P. Ou sejam, Pear to Pear. Isto significa que só aplicações com P2P tem uma privacidade maior ao não deixar que terceiros interceptem mensagens.

Vê ainda: WhatsApp traz melhorias para as chamadas de vídeo em grupo

Assim sendo, podemos assumir que o Facebook Messenger não é propriamente das aplicações mais seguras que temos no mercado neste momento. Prova disso mesmo é o mais recente relatório da New York Times que afirma que o Facebook forneceu dados privados das mensagens dos utilizadores a terceiros.

Facebook Messenger volta a mostrar o quão inseguro é para o utilizador

Ainda que não seja concreto que tipo de dados foram fornecidos, só o facto de termos a nossa vida privada exposta a terceiros já nos preocupa.

De acordo com o relatório, não foi apenas isso que o Facebook forneceu a grandes empresas como o Apple, Spotify, Netflix e Amazon.

" - Dar à Apple acesso aos contatos do Facebook e às entradas na agenda dos utilizadores. Mesmo que eles tenham desativado o compartilhamento de dados, como parte de uma parceria que ainda existente.

- Dar à Amazon os nomes e informações de contato dos utilizadores. Parceria que está a ser encerrada. A Amazon não referiu como usou os dados, a não ser dizer que a usou de forma 'apropriada'.

- Dar ao Bing acesso para ver nomes e outras informações de perfil dos amigos do utilizador. A Microsoft disse que desde então apagou os dados. O Facebook diz que apenas os dados do utilizador definidos como "públicos" eram acessíveis à Microsoft.

- Dar ao Spotify, Netflix e ao Royal Bank of Canada a capacidade de ler as mensagens privadas do Facebook."

Estas foram as conclusões tiradas pelo New York Times e confirmadas pelo Facebook mais tarde. Ainda que nem todas as parcerias fossem claras com o utilizador, como por exemplo a da Apple, aquilo que mais preocupou os utilizadores foi o acesso às suas mensagens privadas.

O Facebook respondeu face às acusações confirmando exatamente isso mesmo.

"Para os parceiros de mensagens mencionados acima, trabalhamos com eles para criar integrações de mensagens nas suas aplicações para que as pessoas pudessem enviar mensagens para seus amigos do Facebook.

Essas parcerias foram acordadas por meio de extensas negociações e documentação, detalhando como o terceiro usaria a API e quais dados poderiam e não poderiam acessar."

O problema disto tudo é que o utilizador não tinha ideia que terceiros iriam ter direito em acessar às suas informações. Imaginando que sabiam, será que continuariam a utilizar a aplicação? Se fosse expressamente referido "nós vamos partilhar as tuas mensagens privadas com terceiros". Parece-te que alguém iria utilizar esta aplicação?

Numa nota pessoal tenho de dizer que ando farto de ver a grandes empresas usarem e abusarem das nossas informações. Sinceramente não me importava de dar algumas das minhas informações na rede social para publicidade, porém, quando falamos de mensagens privadas, deixa-me sinceramente chateado.

Está na hora de vermos o Facebook ser responsabilizado por tal. Está na hora de vermos explicações mais concretas. Ou pelo menos referem no que nos estamos a meter ao utilizar os seus serviços.

Em suma, aqui.

Editores 4gnews recomendam:

Xiaomi Mi A2 foi a estrela do segundo maior mercado do mundo em 2018

Google Fotos recebe um ‘pequeno’ bónus para as fotos de Natal

OnePlus: Será esta a 1ª fuga de informação credível do smartphone 5G?

Via 2

Filipe Alves
Filipe Alves
Fundador do projeto 4gnews e desde cedo apaixonado pela tecnologia. A trabalhar na área desde 2009 com passagens pela MEO, Fnac e CarphoneWarehouse (UK). Foi aí que ganhou a experiência que necessitava para entender as necessidades tecnológicas dos utilizadores.