Como escolher uma TV: 6 dicas para fazer uma boa compra em 2021

Rui Bacelar
Rui Bacelar
Tempo de leitura: 8 min.

A frequente pergunta de qual é a melhor televisão para se comprar pode ser respondida ao percorrer cinco etapas que nos permitem chegar à melhor solução para cada consumidor. Em seguida dizemos-te como escolher a melhor TV!

Damos-te a conhecer os critérios de escolha de um bom televisor, desde o tamanho ideal, à plataforma utilizada pela Smart TV e os chavões a que deves estar atento na hora de comprar. Segue este guia e ficarás a saber como escolher uma TV.

1. Conhece os principais tamanhos de TV

Em primeiro lugar escolhemos o tamanho da TV, ainda que por norma, maior seja melhor, importa ajustar a dimensão da televisão ao sítio onde tencionamos colocar o televisor, bem como à distância da nossa posição enquanto espetador / utilizador.

O tamanho de uma TV refere-se ao comprimento diagonal, a medição desde o canto superior esquerdo do ecrã até ao canto inferior direito, sem incluir a moldura, ou margem. Esta métrica é geralmente expressa em polegadas, ou centímetros.

Tamanho / diagonal Distância recomendada
Até 32 polegadas aproximadamente 1, 3 metros
Até 40 polegadas 1,7 metros
Até 43 polegadas 1,8 metros
Até 50 polegadas 2,1 metros
Até 55 polegadas 2,3 metros
Até 65 polegadas 2,7 metros
Até 75 polegadas 3,2 metros
Até 85 polegadas 3,6 metros

Assim, tem em consideração a distância do local onde pretendes estar sentado (sofá, cadeira), e o sítio onde será instalado o televisor. Estes cuidados vão garantir a melhor experiência de visualização possível, seja na sala, quarto, ou cozinha.

2. Opta pela melhor resolução de imagem

TV
Os principais padrões de resolução que podes encontrar numa televisão.

A qualidade da imagem da TV vai depender da resolução da mesma e, por norma, quantos mais pixeis tiver, melhor. Recomendamos a compra de uma televisão 4K (Ultra-HD), ou para orçamentos limitados, uma TV FullHD que não exceda as 43 polegadas.

O limiar mínimo deve ser a resolução FullHD (1080p), com o limite máximo aconselhado no Ultra-HD (4K). Atualmente as televisões com resolução 8K são notoriamente caras e, por outro lado, existem pouco conteúdos disponíveis em 8K.

  • 4K Ultra-HD. São 3840 × 2160 px a compor a melhor qualidade de imagem, vibrando com detalhes nos seus mais de 8 milhões de pixeis individuais. Atualmente já se consegue comprar uma TV 4K com boa relação preço / qualidade.
  • 1080p FullHD. Com 1920 × 1080 pixeis encontramos a melhor relação preço / qualidade e algumas das televisões mais baratas no mercado. Não recomendamos esta resolução para tamanhos acima das 43 polegadas.
  • 720p HD. Tem 1280 × 720 pixeis de resolução e é encontrado nas televisões mais baratas, sendo uma solução económica para uma TV secundária. Não recomendável para tamanhos acima das 32 polegadas.

Atualmente as televisões 8K não são recomendáveis devido ao preço muito alto, existindo também uma escassez de conteúdo criado com este padrão. No espectro oposto, existem ainda ecrãs com resolução inferior ao padrão HD, não recomendáveis.

Existem vários padrões HDR - alto intervalo dinâmico de cores

HDR
Demonstração visual do High Dynamic Range (HDR).

A sigla HDR foi introduzida com as televisões 4K, generalizando-se deste então. Na prática, um televisor com ecrã HDR entregará cores mais vibrantes, com melhores níveis de contraste e maior brilho, tanto nas zonas escuras como nas claras.

Mais recentemente foi introduzida a tecnologia Dolby Vision, sendo uma versão melhorada e mais exigente do HDR. Para obter a certificação Dolby Vision, o televisor tem que cumprir um leque mais exigente de critérios de qualidade.

Existe ainda a certificação HDR10 e HDR10+ (nas Smart TV da Samsung), versões incrementais e mais exigentes do padrão HDR, também apelidado de "Faixa Dinâmica Alta" que garantem uma experiência de visualização ainda melhor.

3. Tem atenção à tecnologia e tipo de ecrã

LG OLED
Visão esquemática de uma TV LED (à esquerda) e uma TV OLED da LG (à direita)

Existem (apenas) dois tipos base para ecrãs de TV no mercado - LCD e OLED. As melhores televisões, por norma, usam um ecrã OLED, mas a menos que o orçamento seja grande, a melhor televisão para se comprar terá um ecrã LCD.

Há uma grande confusão generalizada, com siglas como TV LED, IPS, LCD, QLED e uma amálgama destes termos. É normal que tenhas dúvidas, por isso, entende as diferenças entre QLED vs OLED, artigo que aprofunda o tema.

As TVs LED usam um painel LCD e uma fonte de luz, os LEDs (light-emitting diodes). Nos modelos de topo a tecnologia Active Dimming, ou Local Dimming, além da Full-Array para iluminar diferentes zonas do ecrã individualmente.

Há ainda a abordagem da Samsung com os ecrãs Quantum LED, ou QLED com melhor espectro de cor e melhor brilho face aos demais ecrãs LCD, mas importa não os confundir com o tipo OLED. Os melhores televisores têm ecrãs OLED.

O ecrã pode ser curvo ou plano

Ecrã
Simulação de ecrã plano (à esquerda) vs ecrã curvo (à direita)

As Smart TVs podem ter um ecrã curvo ou plano, cada formato com as suas vantagens e desvantagens. Em última análise, tudo dependerá da preferência do utilizador uma vez que o preço é bastante similar.

A seu favor, aponta-se uma maior sensação de imersão, mas isto depende do quão longe estejas do ecrã. Há também uma maior sensação de profundidade de imagem, com a Samsung a ter a maior variedade de televisões curvas no mercado.

Por outro lado, são mais suscetíveis a reflexos e luz e o seu formato pode criar artefactos de iluminação, visíveis consoante a inclinação do utilizador. Além disso, os ângulos de visão são piores face aos ecrãs convencionais, planos.

4. Não descures os recursos da televisão

Philips
Algumas Smart TV têm funções especiais como a iluminação ambiente.

Taxa de atualização. Procura uma televisão que tenha, pelo menos, uma taxa de atualização a 120 Hz, isto fará com que as imagens e ação apresentada seja muito mais suave graças à grande taxa de atualização da imagem por segundo.

Há modelos com frequência inferior, ou superior, mas a partir de 120 Hz já temos um ótimo nível de qualidade. Isto faz diferença se queres jogar na TV, ou em filmes com ação rápida e para ver futebol onde, por exemplo, sentirás menos arrasto.

Contraste. Verás esta métrica bem destacada nos televisores, mas não preocupes com estes números. As televisões LCD / TV LED já tem bom contraste, as QLED ainda melhor, mas as melhores são as TVs OLED.

Processador. As Smart TVs são essencialmente computadores, ou smartphones e, como tal, têm um processador encarregue da gestão do televisor. Presta atenção ao número de núcleos, frequência de processamento e ano de introdução.

RAM e Armazenamento. Ao processador junta-se a memória RAM que, quanto mais for, melhor. Isto tornará o televisor tanto mais rápido quanto mais memória tiver, o mesmo valendo para o armazenamento interno, em traços gerais.

Comando. As Smart TVs, sobretudo nos modelos mais caros, têm comandos com microfone integrado, além da própria televisão ter integração com a assistente virtual da Google, Amazon, ou ambas. Algo que facilita a pesquisa de conteúdos.

Suporte / pé. Cada televisor tem, essencialmente, dois meios de instalação, o pé e o suporte para montagem na parede. Este último pouco difere entre fabricante e modelo, mas os pés variam bastante em design, material e robustez.

Altifalantes. Por norma não são muito bons, sendo recomendável a compra de uma sound bar ou sistema surround. De qualquer modo, as televisões trazem sempre um número variável de altifalantes cuja potência é medida em watts (W).

Extras. Alguns televisores como, por exemplo, os da Philips, têm um sistema de iluminação ambiente, o Ambilight.

5. Vê as portas e conexões essenciais do televisor

Ligações
Representação esquemática das principais portas de uma Smart TV

Consoante o que querias fazer e ligar à tua televisão, a escolha do melhor modelo passa também pelo número de portas e ligações disponíveis. Estas podem estar na traseira do televisor (mais comum), com algumas portas nas laterais.

Fica atento ao número de portas USB e HDMI - e respetivo tipo. Vê ainda a localização das mesmas, com as laterais a serem mais vantajosas se quiseres montar o televisor na parede, suspenso.

Terás pelo menos uma porta Ethernet para ligar o cabo de rede, apesar de as Smart TV também terem, por norma, ligação Wi-Fi à rede de casa. As demais portas como a ótica podem ser úteis, novamente consoante o uso pretendido para a TV.

6. O sistema operativo é crucial nas Smart TV

Android
Menu principal de uma televisão Philips com Android TV

O que distingue uma Smart TV da Samsung da LG, Sony, Xiaomi, HiSense, TCL, Philips, ou outras marcas de TVs é, sobretudo o seu sistema operativo. Atualmente temos três sistema operativos dominantes no mercado.

Android TV. Desenvolvido pela Google, destaca-se pela integração do Chromecast que simplifica o espelhamento de qualquer conteúdo do telemóvel para a TV. Além disso, tem acesso à loja de aplicações, a Play Store e Assistente Google.

Fabricantes como a Sony, Philips e Xiaomi utilizam esta plataforma, ainda que possam acrescentar algumas aplicações e nuances próprias. É um sistema simples, intuitivo e, sobretudo, o que mais apps disponíveis tem.

WebOS. Encontrarás este sistema operativo nas televisões LG, sendo extremamente rápido e intuitivo nas Smart TV de topo. Destaca-se pela facilidade de navegação, sobretudo com o comando mais avançado, o MagicRemote.

TizenOS. Está presente nas TVs Samsung e consegue ser relativamente rápido até nos televisores baratos. Apresenta-se simples e intuitivo, com atualizações periódicas a ficarem disponíveis sobretudo nas Smart TV de topo.

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Rui Bacelar
Rui Bacelar
O Rui ajudou a fundar o 4gnews em 2014 e desde então tornou-se especialista em Android. Para além de já contar com mais de 12 mil conteúdos escritos, também espalhou o seu conhecimento em mais de 300 podcasts e dezenas de vídeos e reviews no canal do YouTube.