Inteligência Artificial descobre milhares de asteroides ignorados por telescópios

Carlos Oliveira
Carlos Oliveira
Tempo de leitura: 1 min.

A forma como se observa o espaço começa a mudar conforme a Inteligência Artificial (IA) evolui. E prova disso são as recentes notícias de um algoritmo de IA que identificou 27 mil novos asteroides à deriva no espaço.

O mais impressionante é que esta descoberta resultou da análise de um conjunto de imagens anteriormente capturadas por alguns telescópios. Ou seja, estes "novos" asteroides foram, na realidade, anteriormente ignorados pelo método tradicional de observação espacial.

A maioria destes asteroides estão posicionados entre Marte e Júpiter

Os cientistas responsáveis por esta descoberta esclarecem que a maioria paira no cinturão de asteroides entre Marte e Júpiter. Referem ainda que nenhum deles aparenta estar em rota de colisão com a Terra.

Asteroides
Imagem criada pela IA Microsoft Designer

Importa dizer que os cientistas já catalogaram mais de 1,3 mil milhões de asteroides neste local durante os últimos 200 anos. Mas a descoberta destas 27 mil novas rochas espaciais aconteceu em apenas cinco semanas.

O algoritmo utilizado nesta descoberta é conhecido como THOR (Tracklet-less Heliocentric Orbit Recovery). Este analisou mais de 400 mil imagens do céu arquivadas pelo Laboratório Nacional de Pesquisa em Astronomia Óptica-Infravermelha, também conhecido como NOIRLab.

Este algoritmo foi treinado num grande conjunto de dados que o capacitou para analisar 1,7 mil milhões de pontos de luz numa imagem. O seu objetivo é fazer a ligação de um ponto de luz de uma imagem para a outra e tentar perceber se está perante o mesmo objeto ou não.

Os cientistas aumentaram o poder deste algoritmo de IA através do poder oferecido pela Google Cloud. Isto torna a tarefa de análise de milhares de candidatos a asteroides bem mais simples.

Ed Lu, um dos principais responsáveis por este projeto, diz que "este é realmente um trabalho para a IA". Ele diz ainda: "Não só podemos encontrar asteroides em conjuntos de dados que nunca foram concebidos para isso, mas também podemos tornar todos os outros telescópios do mundo melhores na localização de asteroides."

Apesar desta incrível descoberta, a mesma ainda não foi homologada pela agência responsável por este tipo de descobertas. Com efeito, os dados recolhidos por estes cientistas ainda terão de ser submetidos junto do Centro de Planetas Menores para aceitação.

Carlos Oliveira
Carlos Oliveira
No 4gnews desde 2015, escreve e acompanha as últimas tendências, sobretudo smartphones, para que os leitores estejam sempre bem informados.